Quintino era, até o início do século XX, parte da Freguesia de Inhaúma, área da cidade que compreendia vários atuais bairros da região. O lado sul era pantanoso e fazia parte da Fazenda da Bica, com sede próxima à atual Rua Souto. Em 1876, foi inaugurada a Estação Cupertino de trens. Com a morte do jornalista, político e morador da região, Quintino Bocaiuva, em 1912, a estação próxima à sua casa ganhou seu nome e acabou também dando o nome ao bairro.
Em 1912, já eletrificado, o bonde de Jacarepaguá serviu de cortejo fúnebre a Quintino. O senador, antes de morrer, pediu para ser sepultado no Cemitério de Jacarepaguá. O féretro veio do Centro do Rio pelo trem da Central até Cascadura, de onde o cortejo seguiu de bonde até o Pechincha.
Nos anos 1940, já existia, ao sul de Quintino Bocaiuva, um enorme terreno que se mantém do mesmo tamanho até hoje e que vai da Rua Clarimundo de Mello até o Morro Inácio Dias, onde funcionava a Escola XV de Novembro e também uma unidade da Fundação Nacional do Bem-Estar do Menor onde ficavam presos menores de idade infratores ou então internados menores de idade carentes. A fundação funcionou até o fim dos anos 1980 e, durante muito tempo, foi um problema para seus vizinhos, pois muitos menores, em suas tentativas de fuga, corriam pelos quintais das casas vizinhas à instituição.
Nos anos 1960, a vida do bairro já era movimentada: na parte sul, havia várias associações sociais e recreativas. Entre elas, o OTAB, que foi presidido durante muito tempo por Laurindo Azevedo, que realizava famosas festas de carnaval, dia das crianças, torneios esportivos e festas que atraíam gente de todo o subúrbio.
Eram comuns os torneios de futsal de várias categorias, que eram disputados pelas várias equipes locais, tais como Mocidade (Rua Lemos Brito), Juventude (Rua Lucinda Barbosa, time da família do jogador de futebol Zico), OTAB, América Jr. (do jogador de futebol Ivan, ex-América), entre outros.
Na década de 1970, com a ascensão política do deputado Jorge Leite, nascido na região, o bairro ganhou desenvolvimento, com o asfaltamento de todas as ruas. Dessa época, também data a época de maior força dos ranchos carnavalescos locais: Decididos de Quintino e Aliados de Quintino, que figuravam entre os mais importantes ranchos da cidade do Rio de Janeiro. Havia também o rancho Aliança, de menor expressão.
Com a decadência dos ranchos por oposição às escolas de samba, nos anos 1980, tanto o Decididos quanto o Aliados procuraram transformar-se também em escolas de samba, o que não deu certo e resultou na extinção de ambos, não sem antes o primeiro ter sido campeão do último desfile de ranchos realizado no Carnaval Carioca.
Progressivamente, também as entidades e a própria vida social do bairro foram se extinguindo com o passar dos anos. Alguns apontam vários fatores para essa decadência da vida cultural e social do bairro, mas talvez as maiores causas sejam a especulação imobiliária e o aumento da violência, que diminuíram as relações entre vizinhos nas décadas seguintes.
Na década de 1990, um grupo de moradores do lado sul de Quintino tentou resgatar esse espírito criando a Associação de Moradores da Rua Bernardo Guimarães, que chegou a, até mesmo, organizar um carnaval de rua por alguns anos, mas não mais com a mesma força de antes. Em pouco tempo, essa associação também foi extinta.
Ainda na década de 1980, se destacou a figura do folclórico político Albano Reis, nascido na comunidade da Caixa D'água, e que criou um centro de reabilitação infantil gratuito próximo à estação de trens. Albano também ficou conhecido como "o Papai Noel de Quintino", pois costumava se vestir de Papai Noel, distribuindo presentes às crianças em datas como Dia de Cosme e Damião, Dia das Crianças e Natal, além de espalhar cheques e notas de dinheiro pelas ruas do bairro para que os moradores procurassem.
Em 1998, Albano montou um presépio e decorou com pinturas, esculturas e iluminação especial o seu centro de reabilitação, decorando também casas vizinhas, além de contratar animadores que se vestiam de "papais e mamães noéis" para animar a recepção das crianças. Essa iniciativa trouxe novamente alguma importância para o bairro, pois moradores de outros bairros vizinhos passaram a ir até Quintino Bocaiuva apreciar a decoração. Porém, o sucesso não se seguiu nos anos seguintes, em parte pelo fato de Albano Reis ter preferido apostar mais em outras bases eleitorais e relegar o bairro a um segundo plano, até sua morte em 2004.
Em 1996 foi oficialmente criado o CEI, um projeto do Governo do Estado do Rio de Janeiro que aproveitava a área onde funcionavam a Escola XV de Novembro e a Fundação Nacional do Bem-estar do Menor (então já extinta), que na época era grandioso, porém que tornou-se decadente com a eleição do governador Anthony Garotinho. Este renomeou o CEI para CETEP e criou a Fundação de Apoio à Escola Técnica. Duas faculdades chegaram ser criadas lá após isso: uma de informática e outra de agronomia, sendo as únicas faculdades situadas em Quintino.
Também mereceu destaque, nos anos 1990, a quadrilha junina Tiririca de Quintino, que chegou a ser campeã do concurso de quadrilhas promovido pela prefeitura do Rio de Janeiro nessa década.
Em 2003 foi criada a Obra Social Murialdo, um projeto da Paróquia de São Jorge que tem, por objetivo, realizar trabalhos sociais no bairro. Ela funciona num antigo terreno baldio da Rua Franco Vaz, onde hoje há uma quadra esportiva que é utilizada pelo projeto e também alugada com o objetivo de arrecadar fundos para a instituição.
Em 2006, a violência afetou até mesmo a mais tradicional festa quintinense, a Festa de São Jorge. No dia da procissão, um tiroteio entre traficantes rivais no meio da festa feriu cinco pessoas na Rua Clarimundo de Mello, no dia do encerramento da festa. Na semana seguinte, o dinheiro arrecadado com a festa foi roubado da Obra Social Murialdo. Parte foi recuperado posteriormente, mas isso não impediu a decisão por parte da paróquia de reduzir a festa no ano seguinte, festa essa que passou a terminar no próprio dia de São Jorge (23 de abril) e não mais no domingo seguinte, como era o costume.
Recebeu obras de revitalização através do projeto Bairro Maravlha, em 2010 e 2011.