História - O melhor do bairro de Liberdade, São Paulo, SP

História

 

O nome Liberdade vem dos tempos da abolição dos escravos. Antigamente, a área era conhecida como Campo da Forca. No centro do bairro, no largo está a Igreja da Santa Cruz, que ficou mais conhecida calmo Igreja dos Enforcados. É lá que as pessoas vão acender velas para as almas. Nas imediações e existia, já por volta de 1770, um dos primeiros cemitérios da capital, onde eram enterrados os escravos.

A história e a lenda se confundem no episódio que levou o bairro a ser conhecido no final do século 19, e se tornar local de devoção. O soldado Francisco José de Chagas, em 1821, fora condenado à morte por liderar uma rebelião contra os atrasos nos salários. Isso é História. O outro lado, a lenda: sua execução, em praça pública por enforcamento, deu o que falar. A corda por três vezes se rompeu e o soldado acabou sendo morto a pauladas. O povo presente na praça viu em tal fato um milagre. Afinal, não é sempre que uma corda se parte três vezes seguidas. Chaguinhas, como era conhecido o soldado, foi enterrado no Cemitério dos Escravos, que ficava entre a Rua dos Estudantes e a Almeida Júnior. A capela desse cemitério é a Igreja dos Aflitos, que ainda existe por lá. Igreja da Liberdade

Um fato fez com que o bairro se desenvolvesse. Em 1864, é aberta uma nova estrada por José Vergueiro (filho do senador Vergueiro), e foi chamada Estrada do Vergueiro. Essa via foi também conhecida como Estrada Nova para Santos no trecho que compreendia do largo da Liberdade até sua bifurcação, como ramo que seguia para Santo Amaro.

Nos primeiros anos do século 20, iniciou-se a total mudança da face do bairro. É que em 18 de junho de 1908 chega ao porto de Santos o navio Kasato-Maru, trazendo os primeiros 782 imigrantes japoneses ao Brasil. Deixaram o porto de Kobe em 28 de abril para "fazer a América", que na época significava plantar café no interior de São Paulo. Muitos não se acostumaram à rotina quase escravocrata dos fazendeiros e voltaram para a capital. Como nas décadas seguintes vieram mais de 30 navios abarrotados de japoneses, a Liberdade foi abrigando vários deles.

A confraria cresceu e cada um que não se dava bem no interior, tinha proteção entre os moradores até se acertar na capital. O desenvolvimento foi inevitável e o bairro, ao longo dos anos, adquiriu características orientais, Assim vieram outros povos asiáticos, como chineses e coreanos. Hoje, a Liberdade é um dos bairros maior atração turística da capital, com suas ruas enfeitadas e coloridas, seu comércio diversificado e sua beleza.

O bairro da Liberdade, situado no antigo "Caminho do carro que vai para Santo Amaro" levava outro nome nos primeiros anos de ocupação do Brasil pelos portugueses: O Largo da Forca. A pena de morte existia nos primórdios de nossa história. Vigorou até 1874. O Campo da Forca havia sido originalmente instalado no outeiro do Tabatinguera. Seu nome foi alterado em 1858 e aprovado pela Câmara Municipal, passando a chamar-se Largo da Liberdade.

Por ocasião do Governo Provisório em 1820, houve um levante militar e os revoltosos foram levados ao patíbulo. Um deles conhecido por Chaguinhas teve o suplício prolongado. As cordas da forca cediam sob seu peso e era preciso repetir a operação. Na Igreja de Santa Cruz dos Enforcados, antiga capela hoje reformada e ampliada, perto do Metrô São Joaquim, a lembrança do condenado, considerado herói, se mantém viva em romarias semanais.

Situado entre a Av. Liberdade, a Rua Vergueiro , a Av. Brigadeiro Luis Antonio e a Rua Domingos de Moraes, a região acolheu parte da população oriental que mora na cidade. A comunidade instalou ali inúmeros restaurantes, lojas de produtos típicos, associações e entidades culturais.

Na Rua Tomas de Lima, o Museu da Associação Okinawa do Brasil, erguido em homenagem aos primeiros japoneses que chegaram ao Brasil em 1908, está aberto para visitação, de segunda a sexta em horário comercial.

Há um Centro de Estudos Nipo-Brasileiro situado na Rua São Joaquim, 381. A entidade, fundada após a Segunda Guerra Mundial, desenvolve estudos sobre a imigração japonesa no Brasil e possui uma biblioteca aberta ao público.

(Fonte: Banco de dados folha)

RUA CONDE DE SARZEDAS

Em 1912 os imigrantes japoneses passaram a residir na rua Conde de Sarzedas, ladeira íngreme, onde na parte baixa havia um riacho e uma área de mangue.

Um dos motivos de procurarem essa rua é que quase todas tinha porões, e os aluguéis dos quartos no subsolo eram incrivelmente baratos. Nesses quartos moravam apenas grupos de pessoas. Para aqueles imigrantes, aquele cantinho da cidade de São Paulo significava esperança por dias melhores. Por ser um bairro central, de lá poderiam se locomover facilmente para os locais de trabalho.

Já nessa época começaram a surgir as atividades comerciais: uma hospedaria, um empório, uma casa que fabricava tofu (queijo de soja), outra que fabricava manju (doce japonês) e também firmas agenciadoras de empregos, formando assim a “rua dos japoneses”.

Em 1915 foi fundada a Taisho Shogakko (Escola Primária Taisho), que ajudou na educação dos filhos de japoneses, então em número aproximado de 300 pessoas.

Em 1932 eram cerca de 2 mil os japoneses em São Paulo. Eles vinham diretamente do Japão e também do interior, após encerrarem o contrato de trabalho na lavoura. Todos vinham em busca de uma oportunidade na cidade. Cerca de 600 japoneses moravam na rua Conde de Sarzedas. Outros moravam nas ruas Irmã Simpliciana, Tabatinguera, Conde do Pinhal, Conselheiro Furtado, Tomás de Lima (Hoje Mituto Mizumoto), onde em 1914 foi fundado o Hotel Ueji, pioneiro dos hotéis japoneses em São Paulo, e dos Estudantes.
Os japoneses trabalhavam em mais de 60 atividades, mas quase todos os estabelecimentos funcionavam para atender a coletividade nipo-brasileira.

A Expulsão

A vida não era fácil para os imigrantes japoneses que viviam em São Paulo, mas havia trabalho, comida e moradia. Nos anos 20 e 30, eles já estavam integrados à vida da cidade. Havia jogos de beisebol nos fins de semana, as crianças podiam estudar em escolas de ensino do idioma japonês. Podia-se saborear comida japonesa nas pensões e ler publicações em japonês.

Em julho de 1941, o governo ordenou a suspensão da publicação dos jornais em língua japonesa. Com o início da guerra no Pacífico, em 1942, o governo de Getúlio Vargas rompeu relações diplomáticas com o Japão, fechando o Consulado Geral do Japão (fundado em 1915 na rua Augusta, 297). No dia 6 de setembro, o governo decretou a expulsão dos japoneses residentes nas ruas Conde de Sarzedas e Estudantes. Somente em 1945, após a rendição do Japão, é que a situação voltou à normalidade na região.

Os Jornais Japoneses

Em 12 de outubro de 1946 foi fundado o jornal São Paulo Shimbun, o primeiro no pós-guerra entre os nikkeis. Em 1º de janeiro de 1947 foi a vez do Jornal Paulista. No mesmo ano foi inaugurada a Livraria Sol (Taiyodo), ainda hoje presente no bairro da Liberdade, que passa a importar livros japoneses através dos Estados Unidos. A agência de viagens Tunibra, inicia as atividades no mesmo ano.
Uma orquestra formada pelo professor Masahiko Maruyama faz o primeiro concerto do pós-guerra em março de 47, no auditório do Centro do Professorado Paulista, na Avenida Liberdade.

O Cine Niterói

Em 23 de julho de 1953, Yoshikazu Tanaka inaugurou na rua Galvão Bueno um prédio de 5 andares, com salão, restaurante, hotel e uma grande sala de projeção no andar térreo, para 1.500 espectadores, batizado de Cine Niterói. Eram exibidos semanalmente filmes diferentes produzidos no Japão, para o entretenimento dos japoneses de São Paulo.
A rua Galvão Bueno passa a ser o centro do bairro japonês, crescendo ao redor do Cine Niterói, tendo recebido parte dos comerciantes expulsos da rua Conde de Sarzedas. Era ali que os japoneses podiam encontrar um cantinho do Japão e matar saudades da terra natal. Na sua época áurea, funcionavam na região os cines Niterói, Nippon (na rua Santa Luzia – atual sede da Associação Aichi Kenjin kai), Jóia (na praça Carlos Gomes – hoje igreja evangélica) e Tokyo (rua São Joaquim – também igreja).

Em abril de 1964 foi inaugurado o prédio da Associação Cultural Japonesa de São Paulo (Bunkyô) na esquina das ruas São Joaquim e Galvão Bueno.

Associação dos Lojistas

Em 1965 foi fundada a Associação de Confraternização dos Lojistas do Bairro da Liberdade, precursora da Associação Cultural e Assistencial da Liberdade – ACAL, sob a presidência de Yoshikazu Tanaka, para defender os interesses do bairro perante as autoridades municipais e estaduais. Com a crescente criminalidade do bairro, promovem encontro com os responsáveis pela Secretaria de Segurança Pública, Polícias Civil e Militar.

A Liberdade passa a ser o local de visita obrigatória para todos os visitantes da cidade. Em 1967, o bairro recebeu a visita do então Príncipe Herdeiro Akihito e da Princesa Michiko, hoje o Casal Imperial do Japão.

Na década de 60, as atividades e os interesses dos japoneses em São Paulo foram conduzidas pela Associação Cultural Japonesa (hoje Sociedade Brasileira de Cultura Japonesa) e pela Associação dos Lojistas, pois eram as duas entidades mais representativas da comunidade.

Nova Urbanização

O ano de 1968 representou o início das mudanças no bairro. A Diametral Leste-Oeste obrigou o cine Niterói, marco inicial da prosperidade do bairro, a se mudar para a esquina da avenida Liberdade com a rua Barão de Iguape (atualmente funciona no local o Hotel Barão Lu). A rua Conselheiro Furtado, que era estreita, foi alargada, diminuindo a força comercial do local. Além disso, com a construção da estação Liberdade do metrô, na década de 70, alguns pontos comerciais das ruas Galvão Bueno e na Avenida Liberdade desapareceram.

A Liberdade deixou de ser um reduto exclusivo dos japoneses. Muitos deixaram de residir na região, mantendo apenas seus estabelecimentos comerciais. Com isso, o bairro passou a ser procurado também por chineses e coreanos.

Além e lojas, restaurantes e bares orientais, o bairro passou a oferecer outros atrativos. A praça da Liberdade é utilizada como palco para manifestações culturais, como o bon odori, dança folclórica japonesa. Os palcos dos cinemas japoneses passaram a receber também artistas e cantores japoneses.

Graças à iniciativa da Associação da Liberdade, o bairro recebeu decoração no estilo oriental, com a instalação de lanternas Suzurantõ. Em 1973, Liberdade foi vencedora do concurso de decoração de ruas das festas natalinas.

Em 28 de janeiro de 1974, a Associação de Confraternização dos Lojistas passou a ser chamada oficialmente de Associação dos Lojistas da Liberdade. Seu primeiro presidente, Tsuyoshi Mizumoto, buscou a caracterização do bairro oriental. A Feira Oriental passou a ser organizada nas tardes de domingo, com barracas de comida típica e de artesanato, na praça da Liberdade.
No dia 18 de junho de 1978, por ocasião da comemoração dos 70 anos da imigração japonesa no Brasil, iniciou-se a prática do Radio Taissô, na praça da Liberdade. São dezenas de pessoas que fazem uma sessão diária de ginástica.

Nas décadas de 80 e 90, pequenas mudanças ocorreram no bairro. As casas noturnas foram gradativamente substituídas por karaokês, uma nova mania que começava a tomar conta do bairro. As principais atividades culturais da Liberdade são realizadas com a promoção da ACAL e fazem parte do calendário anual do município: veja em Utilidade Pública.

(fonte: Cultura Japonesa.com.br)

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