História - O melhor do bairro de Centro, Ibiuna, SP

A Origem do Município de Ibiúna 

A origem do município de Una, atual Ibiúna, vem do tupi-guarani. Una é um vocábulo tupi-guarani que significa "negro", "escuro", "preto", e ybi que significa "terra". Assim sendo, Ibiúna na linguagem tupi-guarani, significa "terra preta".

O rio que banha a cidade "rio de Una", é que lhe deu o nome primitivo de Una.
Trata-se de uma corruptela do "Y Una", que em tupi guarani significa Y - água e Uma - preta. Portanto, Y Una, significa água preta. Os mais antigos ao pronunciarem o nome anterior do município usam a expressão Yuna e apenas uma parte da população usava a pronúncia Una.
Como existiam dois municípios com a mesma denominação de Una, sendo o nosso aqui no Estado de São Paulo e outro no Estado da Bahia, um teria que ter a sua denominação mudada ou alterada.
Entretanto, o município baiano por ser mais antigo e considerado na época de maior valor histórico, herdou em definitivo a denominação de Una.
Mas pelo decreto-lei estadual n° 14334 de 30 de novembro de 1944, o município paulista de Una passou a denominar-se Ibiúna.

 

ASSIM NASCEU UNA

Por volta de 1710 Manoel de Oliveira Carvalho, se instalou no vale de Una, nas terras de São Roque, Vila de Sorocaba, em uma sesmaria de terras que pertenciam a seu sogro Felipe Santiago, que as cultivava já há alguns anos. Com a morte de Felipe Santiago neste mesmo ano de 1710 Manoel de Oliveira Carvalho requereu para si esta mesma sesmaria, cujas terras estavam sendo questionadas pêlos vizinhos ou supostos invasores. Foi-lhe então outorgada pela Coroa Real a partir de 15 de julho de 1711 a carta de sesmaria de uma légua de terras em quadra, principiando no rio Sorócabussu do sudeste pela estrada de Sorocaba, até as águas de Francisco Duarte e Pedro Machado, com outra légua de sertão correndo pelo rio de Una, acima. Foi ainda concedida a Manoel de Oliveira Carvalho em junho de 1713 a patente de Capitão da Ordenança da Freguesia de Cotia, em virtude do falecimento do Capitão Ignácio Soares.

Esta povoação de Una era então uma fazenda tocada a braços de escravos pertencentes ao abastado capitão Manoel de Oliveira Carvalho, denominada Sítio do Paiol. O capitão fez construir uma capela sob a invocação de Nossa Senhora das Dores de Una, nas terras de São Roque. Por volta de 1750, se instalava no vale de Una, nas terras do bairro Piratuba, Cocaes e Ressaca, a família do Dr. Helvidio Rosa, vindos de Sorocaba. Formaram naqueles terras uma importante fazenda com o trabalho de escravos, sendo que na sede havia loja de armarinhos, leiteria, selaria, venda e pernoites, tornando o local um ponto de parada destinado a tropeiros e viajantes. A prova desse assentamento é a de um crucifixo histórico, que consta pertencer aos antepassados de Helvidio Rosa e que foi encontrado em uma escavação de terras na feitura de um açude. Mais tarde estas terras já sob a denominação de Fazenda Velha dos Rosas, foi adquirida por João Cafezal Domingues e Benedito Domingues. Com a morte do capitão Manoel de Oliveira Carvalho, provavelmente em 1780, as terras e fazenda de propriedade do capitão passaram a pertencer por herança a seu filho Manoel de Oliveira Costa, que mandou erigir uma capela mais ampla, no mesmo local da capela primitiva, sob a mesma invocação de Nossa Senhora das Dores de Una, para os usos religiosos de sua família, escravos e agregados. Nas imediações da capela foram sendo construídas as primeiras casas de barrote e taipa. Em pouco tempo o local tornou-se parada obrigatória dos viajantes, mascates e os tropeiros que ascendiam seus fogos em redor do templo. A impressão que se tinha era a de um presépio permanente. E essa impressão viria-dar à Vila de Una o cognome de “A Cidade Presépio”. Mais tarde estas terras e fazenda passaram a posse do Capitão Salvador Leonardo Rolim de Oliveira, por ato de compra e venda, já denominada Fazenda Velha de Una.

Seus irmãos Bernardo Antunes Rolim de Oliveira e João Rolim de Oliveira, todos vindos de Sorocaba, também adquiriram glebas que iam da serra de São Francisco em sentido oposto, rumo a Sorocaba. O capitão Salvador Leonardo Rolim de Oliveira ficou com a gleba já no atual centro do vilarejo de Una. Animado pelo bom espírito religioso do povo (escravos, agregados, viajantes e tropeiros), que careciam de apoio espiritual, requereu o Alvará Régio expedido em 29 de agosto de 1811 por Dom Matheus de Abreu Pereira por ordem do Príncipe Regente Dom Pedro I, que elevou o vale de Una à condição de Freguesia e Paróquia do Povoado, sob a égide de Nossa Senhora das Dores de Una. Q território foi formado com partes desanexadas das freguesias confinantes de Sorocaba, Cotia e Parnaíba nas terras de São Roque. A extensão territorial de Una ficou estimada em 1.093 km2. Em 11 de fevereiro de 1811 nascia no vilarejo de Una o seu primeiro filho ilustre - Jesuíno José Soares, que mais tarde passou a assinar Jesuíno José Soares de Arruda. Era filho do casal de portugueses Francisco António dos Santos e Brandina Soares, radicados em Una desde 1790 e que possuíam uma loja de armarinhos no bairro do Curral. Jesuíno era tropeiro de profissão e viria fundar em 1857 o próspero município de São Carlos, no interior do Estado de São Paulo. O bairro do Curral recebeu essa denominação por ser naqueles tempos um local muito apropriado para o descanso e pernoites de tropas e sua proximidade com a Vila de Una. Esse bairro serviu de parada e pouso para as tropas de Duque de Caxias, quando por aqui passava em suas sucessivas missões para sufocar rebeliões ou promover pacificação em Sorocaba e outras partes do Estado. Consta inclusive a passagem por Una, quando Caxias se dirigiu a Sorocaba para prender o Padre Diogo António Feijó. Por volta de 1850 o capitão António Vieira Branco, português de nascimento e brasileiro de coração, se instalou nas terras de Pirapora, depois denominada Colégio de Pirapora e mais tarde simplesmente Bairro do Colégio e nas terras do bairro Areia Vermelha, respectivamente. As terras foram doadas ao capitão António Vieira Branco, pelo imperador por ato de bravura e relevantes serviços prestados à coroa imperial.

Formou uma importante fazenda com trabalho escravo, instalou uma serraria e uma máquina de benefício de algodão inaugurada em 1857. Na fazenda eram fabricados vários tipos de ferramentas, tais como foice, machados, enxadas, martelos, serrotes, pregos e parafusos, além de ferramentas de uso agrícola. As terras do capitão Vieira Branco, veterinário, chegou a ser fazenda modelo no Brasil Império.

Fonte:http://www.ibiuna.sp.gov.br