História - O melhor do bairro de Centro, Cananéia, SP

A história

Portugal tendo suas conquistas ameaçadas de incurso piratas, sentiu-se impelido a protegê-las. Por tal motivo Martim Afonso de Souza, já em 1531, abordava por aqui cumprido ordens reais à costa brasileira, comandando uma esquadra. Para ancoradouro escolheu o navegante luso um lugar abrigado dos ventos e que a esquadra estivesse segura. Ancorou na enseada de uma pequena Ilha a qual denominaram Bom Abrigo (atualmente o Bom Abrigo acolhe também as embarcações que para lá se dirigem acossados pelo tempo em alto mar).

Ficaram surpresos os portugueses que vieram com Martim Afonso, ao depararem com patrícios seus, por estas plagas remotas ambientados ao clima tendo já os seus meios de vida e muito mais perfeita harmonia com os aborígenes da região.

A caça e a pesca abundavam naquelas paragens tendo então os recém chegados, verificando que de fato a região oferece a excelentes meios de subsistência e ainda mais, que esta parte da costa brasileira era abrigada de ventos e temporais. Entre os habitantes do lugar, achava-se o sempre citado “BACHAREL” (cujo o nome foi dado ao Porto de Bacharel, até hoje existente em Cananéia), que seria Cosme Fernandes, o qual se casara com filha do Cacique Ariró.

Cananéia, considerada a cidade mais antiga do Brasil, surge de um povoado de castelhanos e mestiços fundado antes dos portugueses chegarem à região em 1531, com Martim Afonso de Souza, a cidade guarda algumas relíquias dessa época, sendo a mais antiga, a Igreja de São João Baptista, datada de 1577, verdadeira fortaleza, com parede de enorme espessura, tendo as seteiras por janelas, para se defender dos ataques dos índios bravios e estrangeiros. Este monumento construído de cal de berbigão calcinado e azeite de baleia, punchadas e derretidas na Ilha do Bom Abrigo e hoje o único baluarte, ao lado dos canhões do extinto forte da Praia da Trincheira, que testemunha uma história linda e que precisa ser divulgado porque confirma aos que desconhecem que, ali iniciou-se a civilização brasileira, e na face sul do Morro de São João, há um Marco Histórico: os argolões, onde Martim Afonso de Souza atracava suas caravelas. Foi colocado na Ilha do Cardoso, a mando de Martim Afonso, um marco de pedra em forma de cruz, assinalando a posse do lugar pela coroa portuguesa. Este marco, por ser de pedra e ter inscrições em cores, foi que deu origem ao nome ITACOATIARA, uma vez que anteriormente, o lugar não tinha denominação. O mesmo marco encontra-se hoje no Museu Histórico do Rio de Janeiro. Dele também originou-se o nome de uma das mais belas praias da região, a praia do Itacuruçá, que em Tupi também significa CRUZ DE PEDRA. Por ser difícil a comunicação e o acesso ao continente, não foi escolhido a Ilha do Cardoso para Fundação da vila, a primeira fundada oficialmente pela coroa portuguesa. Foi escolhida então a Ilha Comprida (que pertencia à Cananéia), esta achava-se mais perto do continente, embora oferecesse menos condições de vida para os habitantes, no que concernia em caça permanente, porém havia pesca em abundância. Esta vila foi fundada, provavelmente, no sítio que atualmente se denomina Boa Vista e teve o nome do cacique do lugar: MARATAYAMA (do Tupi Guarani – valoroso guerreiro). Durante o decorrer de setenta anos o povoado de Maratayama permaneceu na Ilha Comprida, sem grandes pretensões de cidade colonial. Com o desenvolvimento da vila, a população sofreu com a escassez de água potável e de terreno mais amplo e seco, para desenvolvimento de suas pequenas culturas. Mudaram-se então para a Ilha de Cananéia, entre aquela e o continente. Ignora-se da data da elevação do povoado a freguesia, por provisão de 13 de Julho de 1600 foi criada a Vila (Município). São João Baptista de Cananéia, a qual foi elevada à categoria de Cidade em 06 de julho de 1892. A Lei n.º 975 de 20/12/1905, abreviou seu nome para “CANANÉIA”. Em 21 de Julho de 1907, foi incorporado ao município o Distrito de Paz do Ariri. Consta atualmente de 01 de Distrito de Paz, a sede de Comarca foi extinta em 31/10/1969, data em que passou a pertencer à Comarca de Jacupiranga, que é de 1ª Estância, sendo que em 1983, retornou à Comarca para Cananéia.
O colonizador e povoador quinhentista Martim Afonso de Souza, teve notícia de “grandes minas de ouro e prata que havia naquelas paragens”, e os quais Francisco de Chaves se propunha trazer a bandeira galgando o planalto por aquelas “Varedas Naturais”, que o afastamento da Serra do Mar sempre facilitou e deste tempos pré-cabralino eram conhecidas e utilizadas pelos aborígenes. A expedição comandada por Pero Lobo levava como guia o próprio Francisco de Chaves e mais quarenta besteiros e quarenta espingardeiros, isso em 1º de Setembro de 1531. Embora seu retorno estivesse previsto para 10 meses, e que possivelmente voltaria com 400 escravos carregados de ouro e prata, esta primeira bandeira, a de Pero Lobo não mais regressou. Foi trucidado pelos indígenas Carijós nas nascentes do Iguaçú. Entretanto a de Pero Lobo não foi a única dessas expedições que daquele sítio partiu. Segundo alguns historiadores, teria Aleixo Garcia, também dali saído, pelo chamado “Caminho do Paraguai” (Peabirú) em busca do Peru, país que logrou alcançar entre Misque e Tomina (na Bolívia).
Demorou-se Martim Afonso de Souza naquelas terras, quarenta e quatro dias, levantou ferros. Porém, não sem ter tido o cuidado de plantar na Ilha do Cardoso os Celebres “Padrões” do Itacuruçá dada a presença de tantos Castelhanos em terras de Portugal, pois pelo Tratado de Tordesilhas havia, a divisão das terras do novo mundo, a do domínio Luso e a de Castela. Daí a afirmativa de Américo Vespúcio, que de Cananéia para o Sul – “Todos lo mas és de Castella”. Estas circunstâncias como era natural, foram origem de sérias desinteligências entre portugueses e espanhóis, por intermédio de Rui Mosqueira, a fundar em 1533 ou 1535, um forte na Ilha Comprida no local chamado hoje “Poço do Bicho”, como base de operações contra os moradores de São Vicente, povoação esta, que atacou e saqueou, bem como Iguape e mesmo Cananéia, ceifando vidas, queimando casas, e destruindo muitos documentos importantes.

 

Origem: http://www.portalpraiasp.com.br/histocananeia.htm