História - O melhor do bairro de Campina Grande, Campina Grande, PB

História de Campina Grande

A história da urbanização da cidade de Campina Grande tem um forte vínculo com suas atividades comerciais desde os primórdios até os dias atuais. Primeiramente a cidade foi lugar de repouso para tropeiros, em seguida se formou uma feira de gado e uma grande feira geral (grande destaque no Nordeste). Posteriormente, a cidade deu um grande salto de desenvolvimento devido à cultura do algodão, quando Campina Grande chegou a ser a segundo maior produtora de algodão do mundo. Atualmente, a cidade tem grande destaque no setor de informática e desenvolvimento de softwares. Abaixo, seguem-se as etapas da urbanização da cidade de Campina Grande, passando pelos estados de aldeia, povoamento, vila e cidade.

 

 

 

Avenida Floriano Peixoto entre 1910 e 1920. Pode-se ver o Colégio das Damas, a prefeitura, a Praça da Bandeira e a Praça Clementino Procópio. As águas ao fundo são do antigo Açude Novo

 

 

 

 

 

 

Praça da Bandeira no início do Século XX.

 

 

 

 

 

 

 

Monumento da Praça Clementino Procópio Feito em homenagem a Teodósio de Oliveira Lêdo.

 

 

 

 

 Normalmente a origem de Campina é creditada à ocupação pelos índios Ariús na aldeia de Campina Grande, liderados por Teodósio de Oliveira Lêdo, Capitão-mor do Sertão, em 1º de dezembro de 1697. O Capitão-mor fez a consolidação do povoado e seu desenvolvimento, integrando o sertão com o litoral, levando em consideração que o posicionamento geográfico de Campina Grande é privilegiado, sendo passagem dos viajantes do oeste para o litoral paraibano.

No entanto, a fundação de Campina Grande ainda gera controvérsias, pois a localidade podia já estar ocupada quando Teodósio chegou com os índios Ariús. O principal indício é de que Campina Grande é mais antiga do que se pensa, é a presença de seu nome em um mapa italiano, elaborado por Andreas Antonius Horatiy, que se encontra no livro "Istoria delle Guerre del Regno del Brasile Accadute tra la Corona de Portogallo e la Republica de Olanda", de autoria do Frei Gioseppe Santa Teresa. Este livro italiano foi publicado em Roma no ano de 1698, que foi um ano após a fundação de Campina Grande. O problema reside no fato de que, apesar de Campina Grande ter sido fundada em 1697, somente no dia 14 de maio de 1699 o Governador da Paraíba Manoel Soares de Albergaria escreveu uma carta ao Rei de Portugal notificando sobre as descobertas de Teodósio de Oliveira Lêdo, o que gera o impasse. Como a itália pôde ter conhecimento de Campina Grande, constando esta como povoação no mapa de Horatiy, já em 1698.

 Os Oliveira Lêdo

A história do surgimento de Campina Grande, assim como de várias cidades do interior paraibano, foi trilhada a partir dos feitos da família dos "Oliveira Lêdo", portugueses que residiam na região da Bahia próxima ao Rio São Francisco, que hoje integra o estado de Sergipe, e que partiram de lá, em 1664, para explorar uma sesmaria que lhe havia sido concedida ao longo do Rio Paraíba. Inicialmente, os personagens importantes dentre os Oliveira Lêdo para o aldeamento de Campina Grande foram quatro: Custódio Oliveira Lêdo, seu irmão Antônio Oliveira Lêdo, e seus dois filhos, Constantino e Teodósio de Oliveira Lêdo. Foi Teodósio de Oliveira Lêdo a quem se credita o título de "fundador de Campina Grande".

Dos quatro "Oliveira Lêdos", a princípio apenas Teodósio não participava dos desbravamentos junto com seu irmão, pai e tio, continuando a ser criador de gado na Bahia. Antônio Oliveira Lêdo era desbravador das terras da Capitania da Paraíba, ainda ocupadas por indígenas, que eram chamados de "gentios". Antônio foi o primeiro capitão-mor da Infantaria de Ordenanças a Pé do Sertão da Paraíba. Junto com Custódio, seu irmão, e Constantino, seu filho, atravessaram várias regiões da Paraíba, encontrando os índios e fundando povoações, até chegarem na Serra da Borborema.

Nesse tempo, Teodósio de Oliveira Lêdo recebeu convite de seu irmão, Constantino, para trazer gado e mais gente para a Paraíba. Assim, Teodósio trouxe várias espécies de gado e gente de confiança, capaz de criar o gado e lutar contra os índios. Depois de alguns anos, Antônio de Oliveira Lêdo morreu, e foi Constantino que assumiu o seu lugar de Capitão-mor, segundo a Lei. Depois da morte de Constantino, Teodósio foi nomeado Capitão-mor das Fronteiras das Piranhas, Cariri e Piancó em 1694. Explorando a sesmaria, Teodósio lutou contra os índios Tapuias, estendendo seus limites até o Rio Piranhas, fundando um povoado.

Em 1694, as notícias sobre a atuação de Teodósio de Oliveira Lêdo na ocupação da Capitania da Paraíba e na luta contra os gentios chegaram até o Governador-Geral D. João de Lencastre, que o chamou até a capital da província, onde o Governador Manoel Nunes Leitão assinou a patente garantindo à Teodósio munição, pólvora, farinha, alimentação e especiaria.

Depois de receber a patente, Teodósio voltou ao arraial formado no Rio Piranhas. Com mais pólvora e munição, continuou a desbravar novas terras, arrendando propriedades, fazendo novos povoamentos e aumentando a criação de gado da Paraíba. O povoado do Rio Piranhas cresceu e virou uma povoação maior.

Aldeiamento pelos índios Ariús

 


 

 

 

 

      

 

Indígenas Tapuias dançando. Os índios Ariús são  descendentes dos Tapuias.

 

Depois de algum tempo, Teodósio foi chamado pelo Governador-Geral D. João de Lencastre para falar com o Governador Provincial. Em sua viagem até à Capital, onde deveria falar com o Governador Pronvincial, Teodósio de Oliveira Lêdo levava consigo um grupo de índios Ariús, povo indígina descendente dos Tapuias. Os Ariús foram "domesticados" por Teodósio, sendo seus aliados.

Na ida para a Capital, Teodósio passou pela Borborema, por um caminho diferente, numa chapada espaçosa, uma campina verde. Foi este local que Teodósio escolheu para demorar um pouco e descansar sua gente. Gostando do lugar, Teodósio decidiu aldeiar os índios Ariús aldeados naquela localização, em 1 de dezembro de 1697. Depois, partiu para a Capital.

O aldeamento dos Ariús teve importância política, tendo até sido citado na carta de maio de 1699 do Capitão-mor ao rei de Portugal. A partir de então a localidade passa a ser conhecida formalmente.

Chegando na Capital, foi falar com o Governador Provincial, que já não era o mesmo da outra visita: Manoel Nunes Leitão fora trocado pelo Governador Manoel Soares de Albergaria. Lá, expôs a situação atual do Sertão, de como os índios estavam fazendo devastações e queimadas em suas propriedades e em todo o sertão. Teodósio então pediu munição, armas e soldados, para contornar o problema com os índios do Sertão. Com esta conversa, Teodósio de Oliveira Lêdo conseguiu pólvora, balas e armamentos, quarenta alqueires de farinha, sal, assim como índios mansos e soldados.

No dia 1 de janeiro do ano seguinte, o Capitão-mor Teodósio volta ao Rio Piranhas novamente, com a munição e soldados para lutar contra os índios. Nesse momento, a povoação às margens do Rio Piranhas já era chamada de Bom Sucesso, que mais tarde virou cidade com o mesmo nome: Bom Sucesso -PB. Usando tudo o que recebera do Governador, conseguiu reconquistar as terras o Sertão.

Os Ariús formaram a primeira rua do lugar, com casas de taipa, nas proximidades do Riacho das Piabas. Mais tarde a rua foi chamada de Rua do Oriente, que hoje é a rua Vila Nova da Rainha. A economia do povoado era sustentada pela feira das Barrocas, por onde passavam vários boiadeiros e tropeiros.

Crescimento do povoamento

Um ano mais tarde, voltou onde havia aldeado os índios Ariús já a algum tempo. Com um ano, a aldeia já era povoação e se chamava Campina Grande. Devido à ótima localização do povoamento, pois ficava no ponto de passagem do litoral para o sertão, Teodósio incentivava fortemente o crescimento da população e o desenvolvimento do lugar.

O Capitão-mor trouxe da capital um padre italiano da ordem de Santo Antônio para realizar um trabalho de batismo nos índios do povoamento. Nessa época, para exercer suas atividades, o padre construiu uma casinha, feita de taipa, para servir de igreja, realizando missas e batismos. Tempos mais tarde, um decreto Real mandado pela Coroa concedia 25 mil réis para cada Aldeia ou Capela, em forma de ajuda. O padre utilizou estes poucos recursos para melhorar um pouco a igreja do lugar. Esta igreja continuou existindo, com melhorias graduais. Em 1753 foi reformada e aumentada e somente em 1793, depois de outra reforma, conseguiu seu aspecto de hoje: a antiga igreja de taipa se tornou a Catedral Nossa Senhora da Conceição, Catedral de Campina Grande.

A igreja construída pelo padre trazido por Teodósio de Oliveira Lêdo se situava no alto da ladeira da Rua do Oriente (atual Rua Vila Nova da Rainha). A igreja influenciou a construção de várias casas na região, que hoje constitui a avenida mais importante de Campina Grande, a Avenida Floriano Peixoto.

Campina Grande teve desenvolvimento muito lento e pouco mudou por todo o século XVIII. Outra aldeia, a de Cariri, mais recente que Campina Grande, tomou a dianteira, progrediu muito rapidamente e se tornou Freguesia já em 1750, fazendo Campina Grande depender desta. A freguesia formada pela aldeia de Cariri foi chamada Freguesia de Milagres, já que sua padroeira era a Nossa Senhora dos Milagres. Apenas em 1769, 19 anos depois, foi que Campina Grande se torna também Freguesia, libertando-se de dependências com a Freguesia de Milagres. Depois de virar freguesia, Campina Grande teve maior desenvolvimento.

Surgimento da vila

 

 

 

Prédio que funcionava a primeira cadeia de Campina Grande, atual Museu Histórico e Geográfico de Campina Grande.

 

 

 

 

No fim do século XVIII, a Coroa pretendia criar novas Vilas na província. Nesta época, a província da Paraíba era sujeita à de Pernambuco, cujo governador era D. Tomás José de Melo. Em 1787, o ouvidor da província da Paraíba, Antônio F. Soares, pediu ao governador de Pernambuco a criação de três Vilas na capitania. Duas dessas vilas o ouvidor criaria em Caicó e em Açu, onde já haviam povoamentos e nesta época faziam parte da Capitania da Paraíba. A outra, pretendia criar na região do Cariri, que compreendia parte do que hoje são a Microrregião do Cariri Oriental e do Cariri Ocidental. Campina Grande e Milagres eram as duas freguesias candidatas à virarem Vila que estavam naquela região.

Assim, em abril de 1790, Campina Grande foi escolhida pelo Ouvidor Brederodes para se tornar Vila, devido à suas terras cultivadas produzirem mais riquezas e principalmente devido à sua melhor localização, estando entre a capital no litoral e o sertão.

No dia 6 de abril, Campina Grande passou a ser chamada oficialmente de Vila Nova da Rainha, em homenagem à Rainha Dona Maria I. Apesar da mudança de nome, os habitantes locais continuaram a chamar o lugar de Campina Grande, e somente em textos oficiais e formais o nome Vila Nova da Rainha era utilizado.

No dia 20 de abril de 1790, o Pelourinho foi criado na nova vila. Em relação à administração da vila, ela era dada por 2 vereadores e 2 juízes ordenários. Os dois primeiros vereadores da Vila Nova da Rainha foram: Joaquim Gomes Correia e Luiz Pereira Pinto e os dois primeiros juízes, Pedro Francisco Macedo e Paulo Araújo Soares. Destes quatro, três eram descendentes da família Oliveira Lêdo: Paulo Soares, Luiz Pinto e Joaquim Gomes. A Cadeia de Campina Grande foi contruída em 1814, no largo da Matriz (atual Avenida Floriano Peixoto). Este prédio hoje em dia é o Museu Histórico e Geográfico de Campina Grande.

A vila então possuia câmara municipal, cartório e pelourinho. Entretanto, a Vila Nova da Rainha não despertou grande interesse da província e crescia ainda muito lentamente: depois de 8 anos criada a vila, possuia pouco mais de cem casas com apenas 3 mil habitantes.

O território ocupado pelo município era bastante abrangente: compreendia o Cariri (a não ser por Serra do Teixeira), parte do Agreste, parte do Brejo, abrangendo os povoados de Fagundes, Boqueirão, Cabaceiras, Milagres, Timbaúba do Gurjão, Alagoa Nova, Marinho, e outros, ao todo somando um território de mais de 900 km².

A criação da Vila de Cabaceiras, em 1835, e a Vila de Alagoa Nova, em 1850, justamente com outros desmembramentos, fez a área da cidade reduzir-se consideravelmente. Além de reduzir muitas terras férteis que em Campina havia.

Em 1871, chegam em Campina Grande os primeiros imigrantes: árabes, ingleses, italianos, americanos, turcos, alemães, franceses, indianos e principalmente os dinamarqueses.

 A tragédia de 1856
 

Em 1852 a população da Vila já era de 17.900 pessoas. Mas em 1856, uma epidemia de cólera-morbo matou cerca de 1.550 pessoas do lugar, diminuindo quase 10% de sua população. A epidemia retorna em 1862, desta vez vitimando 318 campinenses.

O Cemitério das Boninas, que ficava nos fundos do Colégio Alfredo Dantas (antigo "Grêmio de Instrução Campina-Grandense"), foi um dos lugares improvisados para o sepultamento desses mortos. Só em 1895 é construído o Cemitério Nossa Senhora do Carmo, no alto da Rua da Areia (atual Rua João Pessoa). Até o ano de 1897, os mortos eram sepultados no Cemitério das Boninas (o "Cemitério Velho").

Participação em revoluções

 

Em 1817, tem início a Revolução Pernambucana e a Vila Nova da Rainha participou com Padre Virgínio Campêlo e Padre Golçalves Ouriques, que não lutaram com armas, mas participaram com falas e como padres. Com a derrota do movimento, foram presos por 3 anos na Bahia. Sete anos depois, em 1824, a Vila Nova da Rainha participou da Confederação do Equador, dando auxílio com a "hospedagem" de presos trazidos do Ceará, dentre eles Frei Caneca, que ficou preso onde hoje existe o Museu Histórico e Geográfico de Campina Grande. Em 1848, a Vila também tem participação na Revolução Praieira. A participação de Campina Grande nessas três revoluções foi representada na Bandeira de Campina Grande na forma de três espadas.

Construção das barragens

 

 

 

O Açude Novo, inaugurado em 1830

 

 

 

Em 1828, foi contruído um açude na Vila Nova da Rainha, pois esta possuia apenas riachos. Sobre o Riacho das Piabas foi construído o açude que hoje é conhecido como o Açude Velho, cartão postal de Campina Grande. O Açude Velho começou pequeno, mas então foi ampliado até adquirir as proporções que têm hoje, com uma área de 250 m². Dois anos depois, em 1830, outro açude foi construído para auxiliar o primeiro, este ficou conhecido como Açude Novo. Ambos os açudes ajudaram à popução melhor resistir a uma desastrosa seca ocorrida em 1848. Um terceiro açude ainda foi criado, desta vez sobre o Riacho de Bodocongó. O nome do terceiro açude foi "Açude de Bodocongó", entregue à população no dia 15 de janeiro de 1917. Este açude propiciou o desenvolvimento da região, onde surgiu um bairro com o nome do açude, Bodocongó.

A cidade

 

 

 

 

Rua Maciel Pinheiro em 1960: prédios usam arquitetura Art déco

 

 

 

 

 

 

 

Rua Maciel Pinheiro em 2005: prédios históricos conservados hoje usados como lojas

 

 

 

Em 11 de outubro de 1864, de acordo com a Lei Provincial nº 137, Campina Grande se eleva à categoria de Cidade. Neste momento, a Paraíba tinha dezesseis vilas e mais seis cidades: Parahyba (atual João Pessoa), Mamanguape, Areia, Souza e Pombal (Paraíba).

A cidade de Areia, que se tornou cidade já em 1846, havia se tornado a mais destacada da Paraíba, fora a capital, tanto economica, social e politicamente. Além disso, Areia tinha grande influência cultural e intelectual. Embora Campina Grande não fosse tão bem edificada quanto Areia, não era menor que ela. Na época, a cidade de Campina Grande tinha três largos e cerca de trezentas casas distribuídas em quatro ruas: a rua de origem, a Rua da Matriz (hoje Avenida Floriano Peixoto), a Rua do Meio (Afonso Campos), a Rua Grande (Maciel Pinheiro), a Rua do Seridó (Barão do Abiaí) e a Rua do Emboca (Peregrino de Carvalho). Possuía, ainda, duas igrejas: a da Matriz (hoje a Catedral) e a Igreja Nossa Senhora do Rosário, que veio a ser destruída mais tarde pelo prefeito Vergniaud Wanderley (hoje existe outra igreja com o mesmo nome). Possuia também uma cadeia e uma Câmara Municipal, entre outras contruções.

Apesar de todo o desenvolvimento comercial que a cidade obteve, o aspecto urbano da mesma não mudava praticamente nada. Em alguns anos, apenas os prédios da Cadeia Nova, da Casa de Caridade, do Grêmio de Instrução e Paço Municipal foram construídos. Porém, em se tratando de casas, muitas foram construídas fazendo com que, no fim do século XIX, Campina Grande tivesse cerca de 500 casas.

No ano de 1864 foi construído um prédio onde se faria o mercado. Este lugar teve vários nomes, dentre os quais: "Largo do Comércio Novo", "Praça da Uruguaiana", "Praça das Gameleiras", "Praça da Independência" e, por fim, "Praça Epitácio Pessoa". Em 1870 uma lei (Lei Provincial n.º 381) proibia que se fizesse banhos ou lavagem de roupas e de animais no Açude Novo, assim como ficou proibido vaquejadas nas ruas da cidade. Em 1872, conforme o Decreto Imperial do dia 18 de setembro de 1865, faz padrão o sistema métrico decimal francês em Campina Grande.

Revolta de Quebra-Quilos

 

 

Antigo Paço Municipal, que foi demolido em 1942, deixando o espaço usado hoje como estacionamento da Catedral.

 

 

 

 

Em 1874, foi deflagrada a insurreição dos Quebra-Quilos, liderada por João Vieira (João Carga d"Água). Descendo a serra de Bodopitá, João Vieira e os demais revoltos invadiram a feira da cidade, quebrando as medidas (caixas de um e cinco litros) que eram concedidas pelo município aos feirantes e jogaram os pesos no Açude Velho. A revolta foi tão generalizada, que não somente se alongou para outras cidades do Brejo e do Cariri, como também extrapolou as fronteiras do estado, chegando a Pernambuco e até Alagoas.

Depois de algum tempo os revoltosos já se encontravam em bom número e armados. Eram liderados por Manoel de Barros Souza, conhecido como Neco de Barros, e também por Alexandre de Viveiros. Um dos objetivos de Alexandre de Viveiros era se livrar das provas de crime que lhe denunciava, daí, juntos, Manoel de Barros e Alexandre de Viveiros, invadiram a cadeia da cidade e libertaram todos os presidiários (que incluiam o pai de Manoel) e tocaram fogo nos cartórios e no arquivo municipal. Demais de alguns meses, a revolta de Quebra-Quilos foi impedida pelas forças policiais. Alexandre de Viveiros foi preso, mas João Carga d"Água ficou desaparecido.

Após o incidente, os policiais abusaram da população sem motivo, prendendo ou espancando campinenses inocentes e até ilustres. Assim, os campinenses sofreram por conta de João Carga d"Água e seus Quebra-Quilos. Sofreram novamente com os cangaceiros de Neco de Barros e Alexandre Viveiros e, por fim, sofreram com a própria polícia.

Desenvolvimento urbano

 

 

 

    Antigo Cine São José, quando estava em atividade

 

 

 

 

Em termos de desenvolvimento urbano, no final do século XIX, podemos destacar a construção do primeiro sobrado da cidade, um dos mais elegantes do estado, e o surgimento das primeiras residências no bairro de São José e nas ruas da Lapa (hoje Rua 15 de Novembro), Serrotão e do Emboca (hoje Peregrino de Carvalho). O Paço Municipal, iniciada em 25 de março de 1877 e inaugurada no dia 2 de dezembro de 1879, ficava ao lado da Catedral, e foi demolida no ano de 1942, deixando o espaço usado hoje como estacionamento da igreja.

Em maio de 1891, um prédio foi construido com o intuito de ensinar e exibir o teatro, assim surge o Colégio Alfredo Dantas. Mas antes do Colégio Afredo Dantas existia o Grupo Solon de Lucena que funcionava no antigo prédio da reitoria da Universidade Estadual da Paraíba, atualmente, Escola de Ensino Fundamental Solon de Lucena, Colégio Clementino Procópio e o Campinense.

Em julho de 1900, surge a primeira escola de Belas Artes. Em março de 1904, chegam em Campina os primeiros carros e ônibus.

Crescimento com o Ouro Branco

 

 

         

 

               Algodão pronto para colheita.

 

 

 

 

Com o tempo a cidade ia se desenvolvendo, mas somente no início do século XX foi que mudanças econômicas e mudanças nas condições de vida vieram a realmente acontecer significativamente.

O algodão no início do século XX foi para Campina Grande a principal atividade responsável pelo crescimento da cidade, atraindo comerciantes de todas as regiões da Paraíba e de todo o Nordeste. Até a década de 1940, Campina Grande era a segunda maior exportadora de algodão do mundo, atrás somente de Liverpool, na Inglaterra. Por isto, Campina Grande já foi chamada de a "Liverpool brasileira". Devido ao algodão, nesses anos Campina viu crescer sua população de 20 mil habitantes, em 1907, para 130.000 habitantes, em 1939, o que representa um crescimento de 650% em 32 anos. No ano de 1936, o município tinha 14.575 prédios, além de 15 indústrias, cinco estabelecimentos bancários, colégios, cinemas, clubes, etc.

A produção de algodão teve um impulso importante com a chegada das linhas ferroviárias para a cidade, trazidas durante a administração do prefeito Cristiano Lauritzen, por estas consistirem de um tipo de transporte barato e de larga escala. Com o uso do trem, houve uma grande mudança na economia local: Campina pôde mais facilmente exportar sua produção de algodão (o "Ouro Branco"), assim como outros produtos para os portos mais próximos, principalmente o de Recife.


 

 

   Foi o prefeito Cristiano Lauritzen que trouxe as ferrovias para a cidade.

 

 

 

 

 

Até 1931, a Paraíba foi o maior produtor de algodão do Brasil, com produção de 23 milhões de quilos de algodão em caroço. Com a crise do Café em São Paulo, este passou a produzir algodão como alternativa. Em 1933, São Paulo já produzia 105 milhões de quilos em comparações com seus 3,9 milhões em 1929. Vários fatores foram responsáveis para o decadência de Campina Grande no ramo do algodão, as principais foram: 1) inexistência de um porto na Paraíba para grandes navios, pois João Pessoa não possuia tal porto, fazendo com que Campina Grande tivesse que usar o porto de Recife, mais distante, para o transporte do algodão); 2) preço em comparação ao produto de São Paulo; 3) Ingresso de outras empresas estrangeiras no mercado do algodão.

Se João Pessoa, na época, tivesse um porto pelo menos do tamanho do de Recife, a história poderia ter sido diferente, Campina Grande continuaria por mais alguns anos a possuir o crescimento anormal que estava tendo e hoje seria uma cidade muito maior.


 

 

         Estação Ferroviária Great Western, inaugurada em 1907

 

 

 

 

 

No decorrer do Século XX, a capital da Paraíba, João Pessoa, perdeu importância e viu a ascensão de Campina Grande, cidade do interior do estado. A economia pessoense, na primeira metade do século, praticamente se estagnou. Até os anos 60, era praticamente uma capital administrativa, pois Campina Grande aproximou-se do posto de cidade mais importante do estado, já que, nesse período, Campina Grande despontava como importante pólo comercial e industrial não só do estado, mas também da Região Nordeste, passando a arrecadar mais impostos do que a Capital. João Pessoa, naquela época, tinha poucas indústrias e apenas desempenhava funções administrativas e comerciais. A partir dos anos 60, após grandes investimentos privados e governamentais, tanto do governo estadual quanto do governo federal, João Pessoa ganhou novas indústrias e importância, reafirmando sua importância de cidade principal do estado, no que concerne à economia e à população.

 

Tech City
 

Há muito tempo o município apresenta forte participação na área tecnológica. Nos anos 40, Campina Grande era a segunda exportadora de algodão do mundo, sendo o primeiro lugar o Liverpool, na Grã-Bretanha. Em 1967, a cidade recebe o primeiro computador de toda a região Nordeste do Brasil, que ficou no Núcleo de Processamento de Dados da Universidade Federal da Paraíba, Campus II (hoje Universidade Federal de Campina Grande). Hoje, tantos anos depois, Campina Grande é referência em se tratando de desenvolvimento de Software e de indústrias de informática e eletrônica.

A revista americada Newsweek escolheu, na edição de abril de 2001, 9 cidades de destaque no mundo que representam um novo modelo de Centro Tecnológico. O Brasil está presente na lista com Campina Grande, que foi a única cidade escolhida da America Latina. Em 2003, mais uma menção foi feita à cidade: desta vez referenciada como o "Vale do Silício brasileiro", graças, além da high tech, às pesquisas envolvendo o algodão colorido ecologicamente correto.


 

 

Núcleo de Processamento de Dados da Universidade Federal de Campina Grande. O primeiro computador de todo o Nordeste foi instalado aqui, ocupando todo o primeiro andar do prédio.

 

 

 

Segundo a revista, o motivo para o sucesso foi a Universidade Federal da Paraíba, Campus II (que em 2002 tornou-se a Universidade Federal de Campina Grande). Desde 1967, quando os acadêmicos conseguiram apoio para comprar o primeiro computador do nordeste, um mainframe IBM de US$ 500 mil, criou-se uma tradição na área de computação que hoje tem reconhecimento em todo o mundo.

Campina Grande possui cerca de setenta e seis empresas produtoras de software, o que representa mais de 500 pessoas de nível superior faturando, ao todo, 25 milhões de reais por ano, o que representa 20% da receita total do município.

Ultimamente, o mais importante vínculo no setor de Informática criado na cidade foi com o TecOut Center, em 2004, que fez aliança com a Fundação Parque Tecnológico da Paraíba, que desde 1984, em sua fundação em Campina Grande, deu origem a mais de 60 empresas de tecnologia. O TecOut Center surgiu com o objetivo de aproximar as empresas de tecnologias brasileiras com as chinesas, propiciando uma interação tecnológica entre o Brasil e a China, gerando empregos e fortalecendo o desenvolvimento local.

As 9 cidades citadas pela Newsweek foram:

Akron, Ohio, EUA
Huntsville, Alabama, EUA
Oakland, California, EUA
Omaha, Nebraska, EUA
Tulsa, Oklahoma, EUA
Campina Grande, Paraíba Brasil
Barcelona, Espanha
Suzhou, China
Côte d"Azur, França
 

HINO OFICIAL DE CAMPINA GRANDE
Letra de Fernando Silveira;
Música de Antônio Guimarães

 

Venturosa Campina Querida,

Ó cidade que amo e venero!

O teu povo o progresso expande,

És na terra o bem que mais quero!

O teu céu sempre azul cor de anil,

tuas serras de verde vestidas

salpicadas com o ouro do sol

ou com a hóstia dos brancos luares!

 

Eterno poema

de amor à beleza,

Ó recanto abençoado do Brasil!

onde o Cruzeiro do Sul

resplandece,

capital do trabalho e da paz.

 

Oficina de ilustres varões,

Canaã de leais forasteiros,

és memória de índios valentes

e singelos e alegres tropeiros!

Tua glória revive, Campina,

na imagem dos homens audazes,

aguerridos heróis de legendas

que marcaram as tuas fronteiras!

 

Cronologia

Cronologia desde a fundação do sítio Campina Grande, passando pelo aparecimento da Vila Nova da Rainha até a elevação à categoria de cidade:

Ano e Acontecimento:

1697: Teodósio de Oliveira Lêdo, Capitão-mor dos Sertões, aldeou os índios Ariús na região onde hoje fica Campina Grande.
1790: Como o novo nome de Vila Nova da Rainha, o sítio Campina Grande é elevado à categoria de Vila
1814: Inaugurado o Edifício Municipal (hoje o Museu Histórico e Geográfico de Campina Grande), que também servia de cadeia, no largo da matriz (hoje Avenida Floriano Peixoto).
1822: Na Vila Nova da Rainha é criada sua primeira escola.
1828: Construção do Açude Velho.
1830: Construção do Açude Novo, como segunda fonte de abastecimento d"água para a região.
1864: Em 11 de outubro de 1864 é elevada à categoria de Cidade. Possuia quatro mil habitantes.
1896: Inauguração da primeira Agência de Telégrafos em Campina Grande, onde funcionava a Cadeia.
1907: Inaugurada a Estação Ferroviária, no dia 2 de outubro.
1909: A cidade de Campina Grande ganha seu primeiro cinema, não muito depois dos primeiros filmes produzidos.
1914: Fundado o Campinense Club.
1917: Construção do Açude de Bodocongó.
1923: Inaugurada a Agência do Banco do Brasil, primeiro banco da cidade.
1925: Inaugurado a Feira Central (Mercado Público).
Inaugurado o Banco de Campina
1925: Criado o Treze Futebol Clube.
1927: Inaugurado o sistema de abastecimento d’água em Puxinanã.
1933: Inaugurado o edifício dos Correios e Telégrafos, onde hoje fica a Praça da Bandeira.
1940: Inaugurado o Aeroclube de Campina Grande.
1942: Fundação do SENAI em Campina Grande.
1949: Fundada a Federação das Indústrias do Estado da Paraíba – FIEP.
1950: Inauguração do prédio atual dos Correios e Telégrafos.
1958: Construído o sistema de abastecimento d’água de Boqueirão.
1962: Criação do Clube do Trabalhador - (clube do SESI), por iniciativa da FIEP e SESI.
1963: Concluído o Teatro Municipal Severino Cabral.
Criada a Companhia de Eletricidade da Borborema – CELB.
1966: Fundada a TV Borborema Ltda
Fundada a Telingra, hoje Telemar (OI)
1967: Criado o Museu de Artes Assis Chateaubriand.
1974: Construção do Estádio "O Amigão".
Criado o Centro de Ciências e Tecnologia (CCT), passando as unidades da UFPB em Campina Grande, no conjunto, à denominação de Campus II.
1976: Criada a Central de Abastecimento (CEASA), ligada ao Sistema Nacional de Centrais de Abastecimento – SINAC.
1976: Inaugurado o Parque Evaldo Cruz – "Parque do Açude Novo".
1983: Pela primeira vez acontece O Maior São João do Mundo
1984: Criada a Fundação Parque Tecnológico da Paraíba – PaqTcPB.
1985: Construído o Parque do Povo.
Construído a Terminal Rodoviário Argemiro de Figueiredo, a Rodoviária Nova.
1988: Realizada a primeira Feira de Tecnologia de Campina Grande – FETEC.
1989: Melhoramento genético da fibra do algodão colorido
1989: Realizada a primeira MICARANDE - Primeiro micareta fora da Bahia.
1991: Concluído o Shopping Luiza Motta.
1992: Inaugurado o Complexo Esportivo "Ginásio O Meninão".
Inaugurado o Museu Vivo de Ciência e Tecnologia.
1993: Inaugurado o Parque da Criança.
1999 Criação a Faculdade de Ciências Sociais Aplicadas - FACISA, a primeira faculdade particular de Campina Grande.
2002: Desmembramento da UFPB,criação da UFCG
Criação do consórcio de exportação de software - PBTECH
2008: Inaugurado o Sistema Integrado de Ônibus

 

Localização


Vista do Açude Velho á Noite

 

A cidade localiza-se no interior do estado da Paraíba, no agreste paraibano, na parte oriental do Planalto da Borborema, na serra do Boturité/Bacamarte, que estende-se do Piauí até a Bahia. Está a uma altitude média de 555 metros acima do nível do mar. A área do município abrange 599,6 km².

Fazem parte do município de Campina Grande os seguintes distritos: Catolé de Boa Vista, Catolé de Zé Ferreira, São José da Mata, Santa Terezinha e Galante.

 População

Campina Grande possui 381 422 habitantes (densidade demográfica de 597,9 hab/km²), segundo estimativas do IBGE em 2008. Em 1991 o Índice de Desenvolvimento Humano era de 0,647, subindo para 0,749 em 2009.

Houve uma época em que Campina Grande teve um crescimento anormal, devido ao cultivo do algodão, no início do século XX até o final da década de 1930. Nesses anos, Campina viu crescer sua população de 20 mil habitantes, em 1907, para 130 000 habitantes, em 1969, o que representa um crescimento de 650% em 62 anos. Atualmente o Munícipio começa a crescer, depois de duas décadas em completo disconforto governalmental.

Influência política e econômica

Campina Grande exerce grande influência política e econômica sobre o "Compartimento da Borborema", que é composto de mais de 60 municípios (1 milhão de habitantes) do estado da Paraíba. O Compartimento da Borborema engloba 5 microrregiões conhecidas como Agreste da Borborema, Brejo Paraibano, Cariri, Seridó Paraibano e Curimataú.

No dia 15 de setembro de 2004, a Assembleia Legislativa da Paraíba aprovou o projeto de lei que tinha como objetivo criar a Região Metropolitana de Campina Grande, que abrangia 22 municípios, sobre os quais Campina Grande exerce grande influência. O projeto estava previsto para ser efetivado no início de 2005. Os municípios participantes eram: Alagoa Nova, Areial, Aroeiras, Barra de Santana, Boa Vista, Boqueirão, Caturité, Esperança, Fagundes, Gado Bravo, Ingá, Itatuba, Lagoa Seca, Massaranduba, Matinhas, Montadas, Pocinhos, Puxinanã, Queimadas, Riachão do Bacamarte, São Sebastião de Lagoa de Roça, Serra Redonda. A região metropolitana teria uma população estimada de 1 milhão de habitantes.

No entanto, o governador Cássio Cunha Lima vetou o projeto no dia 21 de novembro. Os argumentos utilizados foram que, além de inconstitucional, uma vez que não é do Poder Legislativo, mas do Executivo a prerrogativa de tal iniciativa, ele pretendia realizar uma discussão com os prefeitos recém-eleitos para os municípios em questão, inclusive com o de Campina Grande.

O município está incluído na área geográfica de abrangência do semiárido brasileiro, definida pelo Ministério da Integração Nacional em 2005. Esta delimitação tem como critérios o índice pluviométrico, o índice de aridez e o risco de seca.

Campina Grande, por situar-se no agreste paraibano, entre o litoral e o sertão, possui um clima menos árido do que o predominante no interior do estado (clima tropical semiárido). Além disso, a altitude de 552 metros acima do nível do mar garante temperaturas mais amenas durante todo o ano. As temperaturas máximas são de 33 °C nos dias mais quentes de verão e 28 °C em dias de inverno. As temperaturas mínimas ficam em torno de 23 °C nos dias mais quentes de verão, ou 15 °C nas noites mais frias do ano. A umidade relativa do ar está entre 75 a 82 %. O inverno começa em maio e termina em agosto.

Hidrografia

Apesar de Campina Grande não possuir rios de proporção significativa, possui atualmente três açudes: o Açude Velho , o Açude de Bodocongó e o Açude Novo. Destes, o maior e mais importante é o Açude Velho, que tem área de mais de 250 m² e é um dos cartões-postais da cidade. Antigamente existia um outro açude, o Açude Novo, mas sobre este foi construído um parque público. O Açude Novo hoje representa outro importante cartão-postal de Campina Grande.

Outra característica hidrográfica: Campina Grande separa, como área dispersora de águas fluviais, os afluentes do Rio Paraíba (nas direções sul e sudeste) dos afluentes do rio Mamanguape (direções norte e nordeste).

Vegetação

A paisagem florística é bastante diversificada, apresentando formações de palmáceas, cactáceas em geral, legumináceas e bromeliáceas, além de rarefeitas associações de marmeleiros, juazeiros, umbuzeiros, algarobos, etc.

Campina Grande encontra-se próxima das fronteiras de várias microrregiões de climas e vegetações distintas. Ao nordeste do município, a vegetação é mais verde e arborizada, como no Brejo Paraibano. Ao sudeste, encontra-se uma paisagem típica do agreste, com árvores e pastagens. A caatinga, vegetação rasteira, é a predominante no oeste e sul do município, típicos do clima e vegetação do Cariri.

Arborização

As quinze plantas ou árvores mais utilizadas na arborização campinense são (da mais freqüente à menos freqüente): Cássia-amarela, Algaroba, Sombreiro, Castanhola, Mata-fome, Cacau-bravo, Ipê-amarelo, Flamboyant, Oitizeiro, Figo-benjamina, Oliveira, Palmeira-imperial, Aroeira-da-praia, Espatódea e Cássia-brasil.

Economia

De acordo com estimativa do IBGE do ano de 2004, o PIB de Campina Grande foi de 2,442 bilhões de reais (0,16% do PIB nacional). Logo, houve um crescimento de 27,8 % entre os PIB dos anos de 2002 (1,6 bi) e 2004. Em 2004, Campina Grande se mostrou uma das cinco cidades com maior PIB do interior do Nordeste, que foram: Feira de Santana - BA (2,600 bi), Campina Grande - PB (3,045 bi), Ilhéus - BA (1,853 bi), Canindé de São Francisco - SE e Petrolina - PE (1,609) [10]. Neste ano, o setor industrial apresentou um bom desempenho, principalmente em vestuário e calçados.

As principais atividades econômicas do município de Campina Grande são: extração mineral; culturas agrícolas; pecuária; indústrias de transformação, de beneficiamento e de desenvolvimento de software; comércio varejista, atacadista e serviços. O município é grande produtor de software para exportação.

A posição privilegiada de Campina Grande contribui para que seja um centro distribuidor e receptor de matéria-prima e mão-de-obra de vários estados. Campina Grande tem grande proximidade com três capitais brasileiras: Natal, João Pessoa e Recife. Além disso, dentro do próprio estado, situa-se no cruzamento entre a BR-230 e a BR-104.

Setores

Atualmente, Campina Grande possuía aproximadamente 2.881 fábricas (atividade industrial), 567 casas de comércio atacadista e 5.088 unidades de comérico varejista. No setor de prestação de serviços, Campina Grande é um importante centro econômico, especialmente para as dezenas de cidades que fazem parte do Compartimento da Borborema. Na agricultura, destaca-se o algodão herbáceo, feijão, mandioca, milho, sisal, além de outros produtos de natureza hortifrutigranjeira que representam 6000 toneladas mensalmente comercializadas. A pecuária atua em função da bacia leiteira. Já em 1934, era inaugurada a primeira usina de pasteurização do município.

A área de informática movimenta anualmente cerca de 30 milhões de dólares (o que ainda é bem pouco perto do grande potencial dos softwares), com cerca de 87 empresas de pequenas, médio e grande porte.

Administração

Campina Grande possui o segundo maior colégio eleitoral da Paraíba com 300.516 eleitores distribuídos em 598 secções e quatro zonas eleitorais. O primeiro Colégio Eleitoral de Campina Grande foi criado em 1878, e possuía apenas 34 eleitores.

Prefeitos

Até 1895, as funções executivas de Campina Grande eram exercidas pelo Conselho Municipal. Em 2 de março de 1895, o cargo de Prefeito Municipal foi criado, pela Lei Estadual nº 27, sendo o primeiro prefeito de Campina foi o major Francisco Camilo de Araújo e o primeiro vice-prefeito Silvino Rodrigues de Sousa Campos.

Somente em 1947 o povo passou a escolher os prefeitos da cidade diretamente, através das eleições. O prefeito atual de Campina Grande é Veneziano Vital do Rêgo Segundo Neto.

Bairros e distritos

Existem oficialmente 55 bairros em Campina Grande. Recentemente novos bairros foram formados, como o bairro Jardim Borborema, dentro outros, que ainda não foram reconhecidos. Além desses bairros, Campina tem atualmente seis distritos, cujos os principais são Galante e São José da Mata.

 Turismo e lazer

Herdeira da cultura nordestina, Campina Grande luta por manter vivo o rico patrimônio representado pelas manifestações culturais e populares dessa região. A quadrilha junina, o pastoril, as danças folclóricas, o artesanato, etc., são alguns exemplos de manifestações da cultura popular que ainda encontram lugar na cidade.

Historicamente, Campina Grande teve, e continua tendo, papel destacado como pólo disseminador da arte dos mais destacados artistas arraigados na cultura popular nordestina, a exemplo dos "cantadores de viola", "emboladores de coco", poetas populares em geral. Especialmente na música, é inegável a importância desta cidade na divulgação de artistas do quilate de Luiz Gonzaga, Rosil Cavalcante, Jackson do Pandeiro, Zé Calixto, dentre muitos, e até pelo surgimento de outros tantos como Marinês, Elba Ramalho, etc. Eventos como "O Maior São João do Mundo", Festival de Violeiros, "Canta Nordeste", as vaquejadas que se realizam na cidade, além de programações específicas das emissoras de rádio campinenses, contribuem fortemente para a preservação da cultura regional.

Áreas verdes

O Açude de Bodocongó é um açude de água salgada originalmente criado por conta da escassez de água na região, uma vez que o Açude Novo e o Açude Velho já não estavam suprindo as necessidades da população. Além do mais, o Açude de Bodocongó fica muito distante dos Açudes Novo e Velho, podendo abastecer gente que morava muito longe do centro da cidade. Na Mata Florestal do destrito de São José da Mata encontramos um pouco da Mata Atlântica existente no local.

Açude Velho e parte do CENTRO de Campina Grande

Açude Novo

O Açude Novo ou Parque Evaldo Cruz é um parque em formato circular que fica no Centro da cidade, próximo ao Parque do Povo. Atualmente trata-se de um parque de 46 875 m² com muitos bancos e árvores, assim como pequenos restaurantes que ficam em volta de uma fonte. Um grande obelisco se encontra no centro do parque. No passado, era um açude de verdade.

Açude Velho

O Açude Velho foi o primeiro açude que Campina Grande teve. Foi construído por causa da seca que o Nordeste enfrentou de 1824 a 1828. Assim, a construção do Açude Velho pelo governo provincial da Paraíba foi iniciada em 1828 e concluída em 1830, sendo, por quase um século, o maior açude de Campina Grande. É onde estão localizados o monumento -símbolo de Campina Grande "Os Pioneiros" e as estátuas de Luiz Gonzaga e Jackson do Pandeiro.

Louzeiro
 

O espaço Louzeiro, localizado entre os bairros da Conceição, Jeremias, Rosa Mística, Alto Branco, Jenipapo, Cuités e Palmeiras, é uma área de preservação ambiental. Sua rica diversidade natural faz parte da história do município de Campina Grande e, em consequêntimente, a do Estado da Paraíba. E, segundo a classificação de caatinga de George Eitel, o bioma do Louzeiro se enquadra no tipo Caatinga Florestal, possuindo árvores de grande porte como Baraúnas, Malungus, Catanduvas entre outras.

Parque das Pedras
 

Localiza-se entre os municípios de Campina grande e Pocinhos, sua fauna e flora pode ser contemplada por todos que conhecem.

Parque do Povo


O maior São João do Mundo

O Parque do Povo, onde é realizado O Maior São João do Mundo, possui uma área de 42 mil e 500 metros quadrados situada no centro de Campina Grande. É no Parque do Povo que se situa a "Pirâmide do Parque do Povo", que é a única área coberta do Parque, em formato de uma pirâmide.


Praça Clementino Procópio
A Praça Clementino Procópio, onde se encontra um monumento feito em homenagem a Teodósio de Oliveira Lêdo, bem como coretos e diversas estátuas, é popularmente também conhecida por "Praça dos Hippies".

Praça da Bandeira
A Praça da Bandeira, ou Praça dos Pombos, é o principal ponto de encontros devido principalmente a sua posição estratégica, no coração do centro da cidade.

Outras áreas verdes
Como outras áreas verdes de Campina Grande, existem o Parque da Criança, o Parque da Pedras, a Praça do Trabalho, dentre outras.

Shopping centers
Os principais shopping centers da cidade são (organizados em ordem pelo o seu tamanho): Shopping Boulevard Campina Grande (O maior shopping da cidade, contando com várias lojas âncoras), Shopping Cirne Center, Shopping Luiza Motta, Shopping Babilônia Center, Shopping Centro Edson Diniz, Shopping Maanaim Center e Shopping Campina Grande. Atualmente está sendo construido na cidade o Shopping Cultural, que deve ser inaugurado em 2010.

 Cultura

Teatro Municipal Severino Cabral durante o Encontro da Nova Consciência

Teatros : História

A história do teatro em Campina Grande tem início em 1925, quando foi fundado o "Cine Teatro Apolo", o que acarretou no surgimento do primeiro grupo teatral campinense, "O Corpo Cênico do Grêmio Renascença".

A década de 1940 não ofereceu novidades para as artes cênicas em Campina. Na década de 1950, foi implantado o "Rádio-Teatro Borborema", por Fernando Silveira. Ainda nos anos 50, o pernambucano Raul Prhyston criou o grupo teatral "Os Comediantes", com principais peças sendo "A Mulher que Veio de Londres" e "A Vida tem três Andares". Atualmente existe um teatro com o nome deste pernambucado, o Teatro Raul Prhyston.

Em 1962, o Teatro Municipal Severino Cabral foi fundado, de grandes dimensões para a época, impulsionando o teatro campinense.

O Festival de Inverno de Campina Grande surgiu em 1975, divulgando e apresentando muitas peças e shows teatrais.

Na década de 1980, a crise econômica brasileira, que afetou o teatro, e a decadência física do Teatro Municipal Severino Cabral, reduziram o número de grupo teatrais, sendo esta época de poucos acontecimentos no campo das artes cênicas, a não ser pelo Festival de Inverno.

Os principais teatros de Campina Grande são: Teatro Municipal Severino Cabral, Teatro Paulo Pontes (anexo do Municipal), Teatro Raul Prhyston, Teatro Rosil Cavalcanti, Teatro Elba Ramalho, Teatro do Hotel Garden e Teatro do Espaço CluturalSESC Centro.

Museus

Museu Histórico e Geográfico de Campina Grande

Campina Grande possui seis museus, onde guardam-se partes importantes de acervos culturais. São eles:

Museu Histórico e Geográfico de Campina Grande
Museu de História Natural
O acervo do Museu Histórico e Geográfico de Campina Grande dedica-se ao desenvolvimento histórico, social e cultural de Campina Grande. Possui Fotografias, artigos, mapas, móveis, armas, veículos, jóias, bonecos e ferramentas organizados de forma a contar a história da cidade.

Museu de Artes Assis Chateaubriand
O Museu de Artes Assis Chateaubriand é composto atualmente de 474 obras de arte. Nestas obras podem ser encontradas várias técnicas e procedimentos de artes, incluindo desenhos, pinturas, esculturas, gravuras, colagens e outros métodos. Apresenta a arte em diversos momentos do cenário brasileiro. A Coleção Assis Chateaubriand, com 120 obras, pode ser vista em parte no Prédio Histórico da Reitoria, na UEPB.

Museu Luiz Gonzaga
O Museu de Luiz Gonzaga é um museu dedicado ao compositor popular Luiz Gonzaga. O acervo é composto de fotos, discos, jornais, gravações sobre o Rei do Baião Luiz Gonzaga.

Outros museus
Outros museus de Campina Grande são: Museu de História e Tecnologia do Algodão (Museu do Algodão), (Museu do Semi-Árido), (Museu Geológico), (Museu do Esporte), e o Museu do São João.

 

Cinema: História
 

O Cinema chegou em Campina Grande 14 anos de os irmãos Lumière inventarem o cinematógrafo. Isso aconteceu com a inauguração do Cine Brazil, em 1909 no antigo prédio da instrução no bairro das Boninas. Em 1910, surgiu o Cine Popular do Sr.José Gomes. O cinema popular era frequentado por pessoas de baixa renda. A experimentação cinematográfica campinense não funcionou a muito contento. Em sua primeira fase veio os Cine Apollo de 1912 e Cine Fox de 1918. Mas a era de outro do cinema campinense deu-se com na transformação do cinema mudo para o falado. Foi o Olavo Wanderley que em 20 de novembro de 1934 inaucura a maior sala de exibição cinematográfica campinense, Capitólio, com capacidade para 1.000 lugares na Praça Clementino Procópio. Com o fechamento do Cine Apollo e cine fox, surge em 1936 o Cine Para todos. Mas foi no dia 07 de julho de 1939, com a exibição do filme Primavera, surge o Cinema Babilnia, uma luxuosa casa de exibição para encontro com a sociedade. O Babilônia possuia 898 lugares e concorria diretamente com o Capitólio. Com o fim da II guerra Mundial, Campina grande ganhou importantes salas de exibição cinematográfica: Cine São José, Cine Avenida e Cine arte. Atualmente a cidade de Campina grande conta com salas de exibições no Shopping Boulevard, no Ginácio AABB e Espaço Cultural do SESC/Centro.Os cinemas Capitólia e São josé são tombados pelo IFHAEP.

Centros culturais
No Centro Cultural Lourdes Ramalho, a prefeitura de Campina Grande oferece diversos cursos (várias áreas, como dança, artes marciais, música, idiomas, etc.) em todos os turnos e horários, por mensalidades ou anualidades acessíveis à população em geral. Também existem outros centros ou espaços culturais: Espaço Cultural do SESC Centro, Espaço Cultural Casa Severino Cabral e o Centro de Cultura Hare Krisna.

Academia de letras
A cidade tem sua academia de letras, denominada Academia Campinense de Letras, entidade literária máxima em Campina Grande.

Bibliotecas

=>Biblioteca Municipal Felix Araújo

â– Biblioteca Átila Almeida da UEPB
â– Biblioteca Central da Universidade Federal de Campina Grande
â– Biblioteca do Museu Histórico e Geográfico de Campina Grande
â– Biblioteca do SESC Açude Velho
â– Biblioteca do SESC Centro (Campina Grande)|Biblioteca do SESC Centro
â– Biblioteca Municipal Félix Araújo
â– Núcleo Bibliotecário Campinense 77 Bibliotecas

Campinenses famosos

â– Anésio Leão - poeta, escritor e político
â– Antônio Dias - Artista plástico
â– Biliu de Campina - cantor
â– Bráulio Tavares - escritor e cantor
â– Cássio Cunha Lima - político
â– Fábio Bilica - Jogador de Futebol
â– Genival Lacerda - cantor
â– Jessier Quirino - poeta
â– Mike Deodato - desenhista de Quadrinhos (Mulher Maravilha, Hulk, Homem-Aranha)
â– Marcelinho Paraíba - Jogador de Futebol

Esporte: Futebol


Há cinco clubes profissionais de futebol em Campina Grande, dentre os quais estão dois dos três times com mais títulos no Campeonato Paraibano de Futebol: Treze e Campinense. O clássico Treze vs. Campinense, conhecido como "Clássico dos Maiorais", faz lotar o Estádio "O Amigão".

Equipes locais


â– Campinense Clube - tem como cores o vermelho e o preto. É conhecido como "A Raposa". Deu destaque a jogadores hoje conhecidos a nível nacional e internacional, como Rodrigo Tabata, jogando atualmente no Gaziantepspor da Turquia, e Marcelinho Paraíba, atualmente no Coritiba. Tem estádio próprio, Estádio Renato Cunha Lima, também conhecido como "O Renatão". O Campinense tem 18 títulos estaduais, sendo que de 1960 a 1965 conseguiu o único Hexacampeonato estadual, feito este nunca alcançado por seus adversários.
â– Treze Futebol Clube - tem como cores o preto e o branco. Apelidado por seus torcedores de "Galo", também é conhecido como "O Galo da Borborema". Tem estádio próprio, Estádio Presidente Vargas. Em 2005 o time chegou ao quinto lugar na Copa do Brasil. O Treze possui 13 títulos estaduais, onde em 1966 foi o único campeão invicto do estado até hoje e é o clube paraibano mais bem posicionado no Ranking da CBF.
â– Associação Desportiva Perilima
â– Associação Atlética Leonel
â– Grêmio Serrano

 

Rivalidade

Campinense e Treze já se enfrentaram 371 vezes. Mais de um ano de jogos de pura emoção. O "Galo da Borborema" superou a "Raposa" em 127 oportunidades. Os dois times empataram outras 145 vezes e a "Raposa" bateu o "Galo" 99 vezes. No total o Treze fez 457 gols e o Campinense outros 419 gols. A última partida foi em 05/04/2009 pelo Campeonato Paraibano e o jogo terminou empatado em 1x1.

Estádios

â– Estádio O Amigão
â– Estádio Presidente Vargas – C.T. do Treze Futebol Clube
â– Estádio Renato Cunha Lima – C.T. do Campinense Clube

Ginásios

Campina Grande conta com alguns ginásios: Complexo Esportivo Plínio Lemos, Ginásio BNB, Ginásio da AABB, Ginásio do Campestre, Ginásio do Trabalhador, Ginásio "O Meninão", dentre outros.

Transporte Rodoviário

A cidade de Campina Grande possui um importante sistema rodoviário que possibilita sua interligação com as capitais, principais centros do Nordeste e demais cidades do estado e da Região. Normalmente, Campina Grande faz parte da maioria das rotas entre o interior (parte do Sertão e Agreste) e o litoral. Suas rodovias, totalmente asfaltadas, são composta pelas rodovias federais BR-104, BR-230, BR-412 e conexões BR-230/104 e Alça Sudoeste, além de outras rodovias estaduais.

Transporte interurbano

Campina Grande dispõe de um moderno Terminal Rodoviário de Passageiros - o Terminal Rodoviário "Argemiro de Figueiredo" - que estabelece interligação com os mais importantes centros e capitais da região e de todo o país, registrando um grande fluxo diário de passageiros.

Para dar suporte a ônibus que fazem linhas intermunicipais de curta distância, a cidade dispõe ainda do Terminal Rodoviário "Cristiano Lauritzen", popularmente conhecido como Rodoviária velha.

Transporte urbano

As moto-táxis em Campina Grande são cadastradas pela prefeitura.O sistema de transportes urbanos da cidade é gerenciado pela Superintendência de Trânsito e Transportes Públicos - STTP, autarquia municipal de direito público, com autonomia administrativa e financeira. Entre outras atribuições, cabe à STTP planejar, coordenar e executar o sistema viário de Campina Grande, além de controlar o sistema de transporte coletivo, moto-táxis e de taxi, no âmbito municipal.

No tocante ao atendimento, cerca de 95% da área do Município é servida pelo sistema de transporte coletivo, com uma frota de mais de 190 ônibus urbanos, em 19 linhas, agrupadas em quatro grandes grupos: Circulares, Transversais, Radiais, e Distritais.

Em 2007, deu-se início à construção do primeiro terminal do sistema integrado de ônibus, no Parque Evaldo Cruz (Açude Novo). Foi também instalado o sistema de bilhetagem eletrônica em outubro de 2007.

Em 2008, foi inaugurado o primeiro Terminal de Integração de Campina Grande, localizado no largo do Açude Novo. O sistema integra cerca de 90% das linhas de transporte coletivo nos sentidos centro-bairro e bairro-centro.

 

Ferroviário

 

Maria Fumaça

Ferrovia de Campina Grande

O Município é atendido pelo sistema de transporte ferroviário sob administração da Rede Ferroviária Federal (REFESA), que faz a interligação com várias cidades do estado, do litoral à zona sertaneja (inclusive sua capital, João Pessoa), com o porto de Cabedelo, além de outras capitais do Nordeste, em uma linha que percorre desde Propriá, em Sergipe, até São Luís, Maranhão.

Este tipo de transporte disponível é um grande reforço de infra-estrutura, permitindo o escoamento de parte importante da produção do estado para outros centros de consumo e o barateamento dos custos de transporte.

Aeroviário

O sistema de transporte aeroviário de Campina Grande dispõe do Aeroporto Presidente João Suassuna - com pista de 2000 m de extensão por 45 m de largura - que possui todo o serviço de infra-estrutura para o apoio e a segurança das aeronaves. Operando com tráfegos regular e não regular, conta com vôos diários, interligando cidade aos mais diversos centros e capitais do país.

A cidade dispõe também de um Aeroclube, localizado no distrito de São José da Mata, que opera com aviões de pequeno porte, nas atividades comercial e de lazer.

Acidentes Aéreos

Em Campina Grande já ocorreram dois acidentes aéreos. O primeiro 07/10/1948, onde um avião de pequeno porte, modelo Douglas DC-3, registro PP-LPB, da companhia Linhas Aéreas Paulista, caiu sobre um residência na rua Ireneu Joffliy. Felizemente não houve vítimas fatais. O segundo acidente ocorreu em 05/09/1958, onde um avião comercial após sobrevoar a cidade e não conseguir pousar veio a cair no bairro do Serrotão. Nesse acidente faleceram 13 pessoas. A aeronave de modelo Curtiss C-46, registro PP-LDX da companhia Lóide Aéreo Nacional. Na ocasião um dos tripulantes do voo era um funcionario do antigo Banco do Nordeste chamado Renato Aragão que mais tarde veio a ser o Didi, de Os Trapalhões.

Educação: História

Foi em 1822 que foi fundada a primeira escola em Campina Grande, numa época que a lei exigia o ensino da leitura, das quatro operações matemáticas básicas, noções de geometria prática, gramática do português e a religião católica. O primeiro professor da rede pública de Campina Grande foi Antonio José Gomes Barbosa.

Até o ano de 1849, só podiam participar das escolas públicas em Campina Grande pessoas do sexo masculino. As primeiras escolas para mulheres foram criadas em 1857.

O primeiro grupo escolar da cidade foi o "Solon de Lucena", que existe até hoje. O prof. Clementino Procópio fundou a primeira escola privada em Campina Grande, a escola "São José". Depois disso, outras escolas particulares, como o colégio Pio XI, colégio Alfredo Dantas e, em 1931, o colégio Imaculada Conceição (DAMAS), todos existentes até hoje.

Em 1954, foi fundado o Colégio Estadual da Prata, também conhecido como "O Gigantão da Prata".

Atualmente,Campina Grande dispõe de uma ampla rede escolar e universitária que se destaca não só pela quantidade dos estabelecimentos públicos e privados existentes, mas pela extensão, desde o ensino fundamental até a pós-graduação, abrangendo várias áreas do conhecimento humano.

Ensino fundamental e médio
Campina Grande possui o maior colégio estadual de ensino médio da região, o Colégio Estadual da Prata (Colégio Estadual Dr. Elpídio de Almeida) , fundado em 1954, com capacidade de mais de 3500 alunos, que beneficia não somente estudantes campinenses, mas de diversas cidades.

Escolas técnicas
Portão de entrada da Escola Técnica Redentorista.Existem instituições de ensino profissionalizante em nível médio, tanto públicas quanto privadas, capacitando ou treinando mão-de-obra especializada em atendimento às demandas dos diversos setores econômicos. Instituições como SESI e SENAI oferecem curso técnico em Eletroeletrônica e profissionalizante . Na parte técnica, uma escola bastante tradicional é a Escola Técnica Redentorista com cursos nas áreas de Segurança do Trabalho,Informática,Eletrônica e Telecomunicações. O IFPB - Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba oferece cursos técnicos nas áreas de Informática e Mineração.

Em 2003, de acordo com o IBGE, existiam 80.427 alunos matriculados para o ensino fundamental para 3688 professores e 19 764 alunos de ensino médio para 1108 professores.

Universidades públicas
Possui duas universidades públicas e um instituto federal:

Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba - IFPB - Campus Campina Grande
O Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba é uma instituição de ensino superior e técnico, pública e federal, que possui uma unidade descentralizada em Campina Grande, inicialmente a instituição conta com um curso superior, o de tecnólogo em telemática, o início das atividades do IFPB em Campina Grande ocorreu no final de 2006, suas turmas pioneiras iniciaram suas atividades no início de 2007. O campus do IFPB - Campina Grande, está localizado no bairro dinamérica nas proximidades do ginásio de esportes "O Meninão".

Universidade Federal de Campina Grande
A Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) é uma instituição de ensino superior, pública e federal, fundada 2002 como um desmembramento da UFPB. É considerada um dos pólos de desenvolvimento científico e tecnológico do Nordeste, onde realizam-se diversos cursos de pós-graduação, nos níveis de especialização de mestrado e doutorado. A UFCG possui cinco campi, localizados nas cidades de Campina Grande, Patos, Sousa, Cajazeiras e, o mais novo, Cuité, no sertão do estado.

Universidade Estadual da Paraíba
A Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) possui sede em Campina Grande com outros campus em Lagoa Seca, Guarabira e Catolé do Rocha. Em 2006 foram inaugurados campus da universidade estadual em Monteiro, Patos e João Pessoa.

Foi fundada em 11 de outubro de 1987 pelo então Governador da Paraíba, Tarcísio de Miranda Buriti, deixou de ser chamada de Universidade Regional do Nordeste para se transformar em Universidade Pública Estadual, reconhecida pelo Conselho Federal de Eduação em 1996.

A UEPB hoje conta com cerca de 30 cursos de gradução com mais de 10 mil alunos.

Universidades particulares
Outras escolas de ensino superior, particulares, são:

â– Faculdade de Ciências Sociais Aplicadas - FACISA
â– Faculdade de Ciências Médicas de Campina Grande - FCM
â– Escola Superior de Aviação Civil - ESAC
â– Centro de Educação Superior Reinaldo Ramos - CESREI
â– Faculdade Anglo-Americano
â– Faculdade de Teologia e Filosofia da Católica - CATÓLICA
â– Universidade Corporativa da Indústria da Paraíba - UCIP
â– Instituto Campinense de Ensino Superior - ICES
â– União do Ensino Superior de Campina Grande - UNESC
â– Universidade Estadual Vale do Acaraú UVA - UVA
â– Faculdade Maurício de Nassau
â– Centro de Educação Profissional de Campina GrandeSENAC

Saúde

Campina Grande conta com dezenove hospitais, 93 unidades básicas de saúde, três centros de referência de saúde, além do Serviço Municipal de Saúde.

Hospitais
Existem em Campina Grande dezenove hospitais, distribuídos entre públicos – federal, municipais e filantrópicos – e privados. Juntos, estes hospitais oferecem um total de 3466 leitos hospitalares. Em média, existem aproximadamente 182 leitos por unidade hospitalar.

Praticamente, isto significa que há um leito para 104 habitantes. Os hospitais de maior porte são o público federal, com 239 leitos, o particular, que é o Hospital Clipsi, os dois hospitais públicos filantrópicos, com uma média de 224 leitos por unidade.

Atualmente o governo estadual está construindo o Hospital de Emergência e Traumas de Campina Grande que será o maior da Paraíba, com previsão de atender, além da própria cidade, mais de 140 municípios da Paraíba, do Rio Grande do Norte, de Pernambuco e até do Ceará.

 

 

Bibliografia

 

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Fonte: WIKIPÉDIA