História - O melhor do bairro de Centro, Águas de Lindóia, SP

História de Águas de Lindóia

Águas de Lindóia tem início histórico nos idos de 1728, quando precisamente em 9 de agosto deste ano, o Sr. Manuel de Castro, morador da praça de Santos, recebeu do governador e capitão general da Capitania de São Paulo e Minas a carta doando-lhe essas terras do Ribeirão de Águas Quentes, em forma de sesmaria. Já nesta época, pratica-se incipiente termalismo nas águas quentes desta terra, através dos bandeirantes e tropeiros que saindo de Bragança Paulista dirigiam-se para o planalto goiano. Descansavam e cuidavam de seus ferimentos, levando a fama desta águas para outras regiões brasileiras.

Bem mais tarde, um clérico de Amparo, Padre Bueno, tendo curado suas moléstias nestas águas do Ribeirão de Águas Quentes, resolveu adquirir estas terras. Com sua morte, seus herdeiros colaterais, leigos em assunto de medicina, abandonaram as terras.

A partir de 1850, quando o café dominava grande parte de nossas exportações, terras hoje pertencentes a Amparo, Serra Negra, Socorro e também Águas de Lindóia, foram retalhados em fazendas de café. Inúmeras famílias imigrantes européias, principalmente, italianas, vieram trabalhar como colonos nestas áreas.

Até hoje, seus descendentes fazem parte da população lindoense. A vocação destas terras de águas quentes, contudo, não seria a agricultura do café. A beleza de seu relevo, seu clima temperado e seco, suas águas miraculosas vão falar mais alto na voz e comando do grande timoneiro, Dr. Francisco Tozzi, também de família imigrante.

A família Tozzi, vinda da Itália, para Serra Negra, por volta do início do século XX, encontra na figura do médico Francisco Tozzi o iniciador de novos destinos, não só de sua família, como de uma nova cidade.

Aconselhado por seu tio, padre Henrique Tozzi, também curado de alguns problemas de pele, como padre Pedro Bueno, vem para as terras das águas quentes verifica os seus grandes prodígios, Impressionado com as curas resolveu adquirir estas terras, o que aconteceu por ocasião do leiloamento daquela área, iniciando assim o seu marco como cidade.

Em 1916, constrói seu pequeno consultório de pau-a-pique, atendendo aos doentes do local e receitando águas da Fonte São Roque para males internos e externos. Paulatinamente, vai construindo hotéis, piscinas, balneários, igrejas, casas para operários, pomar etc. Recebe visitas importantes como da Madame Curie, em 1928, que analisa estas águas e contata sua propriedades terapêuticas.

Após sua morte, aos 68 anos, em 1937, a cidade recebe um grande choque, porém seu destino continua com outras liderança e logo, em 1938, a cidade se emancipa administrativa e politicamente.

Em 1941, o embaixador Macedo Soares, então governador do Estado, conhecendo a projeção adquirida pelas então Termas de Lindóia, pelo ser afluxo cada vez maior de doentes e turistas, resolveu desapropriar as fontes e áreas de terra que a circundava.

Surgia, então, o plano urbanístico: ruas foram abertas e asfaltadas, jardins foram feitos, iniciando-se, em 1954, a construção do novo balneário, terminado em 1959.

Em 1950, foi declarada de utilidade pública uma área para construção de um parque, atualmente Praça Dr. Adhemar de Barros, e em 1963, iniciaram-se obras com plano do paisagista Burle Marx.

Origem do Nome
Lindóia , segundo os estudiosos é corruptela do Tupi Rindoya e significa: água insípida e quente ao paladar.

O Fundador italiano
Águas de Lindóia surgiu da aventura de um jovem médico italiano, o Dr. Francisco Tozzi, nascido em 1870 na cidade de Benevento, província de Nápoles.

Francisco Tozzi, que foi secretário da Saúde de Milão, aceitou o convite de um amigo italiano, pároco da cidade de Socorro, para vir morar no Brasil e prestar assistência médica.

O Dr. Tozzi chegou em 1900 à Socorro, cidade do interior de São Paulo.

A descoberta das fontes
Em 1909, o Dr. Tozzi, fundador de Águas de Lindóia, soube da história de um padre da cidade de Lyndoia, vizinha à Socorro e Serra Negra, que havia sido curado de um eczema de pele utilizando as águas que jorravam a 28 graus de um morro denominado "Águas Quentes".

Após mandar analisar aquela água e confirmar suas propriedades curativas, o Dr. Tozzi adquiriu as terras ao redor das fontes e iniciou em 1910 a construção das Thermas de Lindoya.

Os primeiros hotéis
As Thermas de Lindoya, construídas a partir de 1910, eram formadas por três grandes casas, cada uma delas com um refeitório e quartos enfileirados unidos por um corredor. Apesar da estrutura simples, as construções receberam nomes pomposos: Hotel Senado, Hotel Catete e Hotel Câmara.

O Senado recebia os clientes mais pobres, enquanto que o Catete era o que mais se assemelhava a um hotel, recebendo os clientes de melhor posição.

O início do povoado
A construção das Thermas de Lindoya, em um local muito distante para as condições de transporte da época (1910), fez com o Dr. Tozzi precisasse prover os operários de condições mínimas de subsistência.
Desta forma nasceram as primeiras ruas, armazéns, casas, farmácia, escola e consultório médico. O Dr. Tozzi mudou-se com a família para o novo povoado em 1914.

O engarrafamento de água mineral
As histórias de cura realizadas pelas "Thermas de Lindoya" ganharam o Brasil, atraíam cada vez mais pessoas e propiciaram o início do engarrafamento de água mineral, em 1916.
Além de adquirida pelos clientes das Thermas de Lindoya, a água era enviada à Serra Negra em carroças por um produtor de vinho da região, e de lá seguia para outras cidades.

O hotel que iniciou o ciclo turístico
Apesar do sucesso das "Thermas de Lindoya", o empreendimento ainda exigia que o Dr. Tozzi aplicasse todos os recursos financeiros obtidos com sua clínica. Isto significava, em valores da época, cem mil réis por dia, o equivalente a mais de 30 consultas de três mil réis cada.

A solução encontrada pelo Dr. Tozzi foi a construção de um hotel moderno, que atraísse pessoas de melhor poder aquisitivo e que, de certa forma, subsidiassem a hospedagem dos mais pobres nos outros "hotéis".
Em 1929 surgia o Hotel Glória (hoje, Grande Hotel Glória), com um belo salão para refeições, salão para refeições dietéticas, salão de diversões, cozinha ampla, apartamentos de 2 ou três quartos, água corrente, iluminação elétrica, banheiros independentes e outros "luxos".

O novo hotel mudou a rotina do lugar realizando sofisticados bailes com música ao vivo que terminavam precisamente às 22 horas, por ordem expressa do Dr. Tozzi e em prol da saúde dos hóspedes! Nem mesmo o presidente da província de São Paulo, Washington Luiz, mais tarde presidente do Brasil, escapou do excesso de zelo do médico italiano, e sempre resignou-se a encerrar suas danças no horário determinado quando hospedou-se no Hotel Glória.


O hábito de fazer a estação de águas
Muitos problemas de saúde tinham, naquela época, como única solução a permanência em um balneário, onde a ingestão de água, a alimentação e a rotina diária era acompanhada por médicos. Os hóspedes chegavam aos balneários com receitas prescrevendo o período de permanência - 10, 20, 30 ou até 60 dias.
Independente de prescrição médica, as famílias programavam longos períodos de hospedagem durante as férias. Fazer turismo e cuidar da saúde eram praticamente sinônimos. Algo como fazer turismo e fazer compras, nos dias de hoje.
Thermas de Lindoya era considerado um dos melhores balneários do mundo e, sem dúvida, era o mais "badalado" da região sudeste do Brasil, recebendo artistas e políticos.
O conforto do Hotel Glória, as festas e a freqüência de personalidades ilustres, somados à fama das águas, da comida e das crescentes histórias de cura, criaram na época uma pergunta comum na sociedade paulistana: "você não vai fazer a estação de águas de Lindoya?"

A visita de Madame Curie, Prêmio Nobel de Química
O trabalho do Dr. Tozzi atraíram a atenção de Madame Curie, Prêmio Nobel de Química, que realizava pesquisas na França sobre a radioatividade.
Madame Curie veio ao Brasil em 1928 e visitou as Thermas de Lindóia.
A radioatividade foi o tema das conversas, porque anos mais tarde descobriu-se que a água mineral de Águas de Lindóia atingia 3.179 maches na escala radioativa, contra 185 maches das famosas fontes de Jachimou na Tchecoslováquia e 155 maches das fontes de Bad Gastein, na Áustria.
A radioatividade natural da água é extremamente benéfica para o organismo, e Águas de Lindóia possui, comprovadamente, a água mineral de maior radioatividade em todo o planeta.

Águas de Lindóia e a Missão Apolo 11
O Balneário Municipal exibe uma nota fiscal muito interessante (NF no 20.218), emitida em 02 de abril de 1969, três meses e meio antes do homem chegar a lua pela primeira vez a bordo da Apolo 11. Segundo este documento, foram embarcadas para Cabo Kennedy, a pedido da NASA, 100 dúzias de garrafas com 500 ml contendo água mineral de Águas de Lindóia.
Algumas pessoas que trabalharam na empresa engarrafadora naquela época confirmam a história e acrescentam que a água enviada foi retirada da Fonte Santa Filomena, que ainda jorra no Balneário.
O site da NASA comprova que a cápsula Eagle, onde os astronautas Neil A. Armstrong, Edwin Aldrin e Michael Collins fizeram a viagem, possuía dois reservatórios para água, mas não especifica com qual água eles foram abastecidos.
Os motivos que teriam levado a NASA a escolher a água mineral de Águas de Lindóia são a baixa acidez e rápida absorção pelo organismo.

A passagem secreta para Machu Pichu e a pedra em hebraico
Uma história antiga diz que o Monte Sião, que faz a divisa entre Águas de Lindóia e a cidade mineira de Monte Sião, possui um túnel secreto que a interliga diretamente com Machu Pichu, no Perú.
Vários grupos de espeleólogos, os especialistas em estudo e exploração de cavernas, já tentaram explorar o lugar e descobrir essa passagem. Alguns aventureiros afirmam já ter visto a caverna ao fim de um abismo e coberta por muita vegetação.
Monte Sião é também o nome de um famoso monte em Israel e, curiosamente, foi encontrada uma pedra com velhas inscrições em hebreu no Monte Sião brasileiro.

Os tropeiros e a lenda do sapo gigante
Uma lenda popular diz que os primeiros a usarem para tratamento as águas de Águas de Lindóia foram tropeiros do século XIX, que descobriram incríveis poderes cicatrizantes.
Os tropeiros teriam espalhado essa notícia por outros estados, atraindo os primeiros turistas.
Havia quem dissesse que o que curava não eram as águas, mas sim um enorme sapo que morava próximo às fontes e ajudava a curar os doentes que delas bebiam e se banhavam.

(fonte: Wikipedia.org, ABN.com.br)