História - O melhor do bairro de Água Rasa, São Paulo, SP

História

 

Contar a história do Distrito da Água Rasa é um desafio, os dados são raros e, além disso, ninguém sabe ao certo a data de seu aniversário. De acordo com o escritor e historiador Pedro Abarca, esta foi instituída em 3 de novembro de 1829, pelo ex-vereador Vicente Viscome nos dias atuais, mas como se chegou a ela?

Naquela época, o Pe. Antonio Diogo Feijó, que mais tarde se tornaria Regente, adquiriu um sítio denominado Capão Grande pertencente a João Mariano Bueno. Feijó passou a chamá-lo de Chácara Paraíso, mas a região já era conhecida por Água Rasa.
Este nome tem como origem o fato de um ribeirão que possuía pouquíssima profundidade, chamado Tatuapé, passar na região. A escritura desta compra é, na verdade, de 2 de novembro de 1829; data em que se comemora o Dia de Finados, portanto o ex-vereador achou melhor adiar o aniversário do bairro. “No entanto, tudo leva a crer que o Distrito é muito mais antigo”, declara Edson Moreno Barni. Convidado para ser Relações Públicas da Associação de Moradores do Distrito da Água Rasa (ANDAR), Barni teve como primeira atitude procurar saber quando a Água Rasa foi realmente fundada.

Comecei a conversar com pessoas do bairro que viveram um pouco da sua história. Freqüentei bibliotecas como a da Cúria Metropolitana, onde pude ter acesso a livros antigos e recorri à Igreja Nossa Sra. de Lourdes. Agora estarei partindo para os cartórios. Um dia por semana me dedico inteiramente a esta busca e ainda tenho muito a pesquisar, pois há pouca informação e de forma desconexa. Acredito que a idade da Água Rasa está próxima de 400 anos ou mais”, relata Barni. “É um trabalho de ‘formiguinha’ conseguir a idade verdadeira do bairro. Diria até que é uma busca arqueológica, mas vou até o fim”, garante ele.

É bom lembrar que há várias vilas que compõem o distrito da Água Rasa como Celeste, Diva, Invernada, Oratório, Santa Clara, Ema, entre outras. Seus bairros vizinhos são Belém, Mooca, Vila Formosa e Tatuapé.

 

A  Água Rasa de outros tempos

Durante todo o seu tempo de vida, a Água Rasa, como qualquer outra região, passou por profundas transformações. Nada melhor que conseguir uma ‘testemunha ocular’ para contar um pouco deste passado, como Lilian Antônia do Amaral Jardim. “Só existiam casas até o Lgo. da Água Rasa, depois apenas terrenos vazios. A Paróquia Nossa Sra. de Lourdes era uma capelinha na Av. Regente Feijó e o Colégio estava localizado na Av. Álvaro Ramos. Em frente a este ficava o Cine Vitória. Aos sábados e domingos à noite aconteciam os footings, quando garotas e garotos paqueravam, ou como se dizia na época, ‘tiravam linha’. Ao lado da Igreja havia um teatro e, nos fins de semana, eram projetados filmes do Gordo e Magro e do Charles Chaplin. Não existia televisão e as pessoas se reuniam para cantar; um tocava violino e outro piano, uma vida musical intensa”, recorda Lilian.

Uma das curiosidades do bairro é que a rua mais comprida do Brasil, a Avenida Sapopemba, com cerca de 45 quilômetros de extensão, começa na Água Rasa e vai até o município vizinho de Ribeirão Pires. Tem 1.786 postes e nela trafegam ônibus de 40 linhas diferentes, vindos ou indo para o centro da capital.

Dia do bairro – 3 de novembro